A Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas (CONCACAF) assegurou hoje que “continuará completamente comprometida com as suas reformas” após a detenção hoje do seu presidente interino, Alfredo Hawit.
O hondurenho Alfredo Hawit e o paraguaio Juan Angel Napout (presidente da Confederação sul-americana), vice-presidentes da FIFA, foram detidos em Zurique no âmbito da investigação a corrupção no organismo.
Seis meses após as primeiras detenções, as autoridades suíças, a pedido dos Estados Unidos, levaram a cabo novas detenções e para mais logo está prevista uma conferência de imprensa da ministra da justiça norte-americana, Loretta Lynch.
“A CONCACAF continua totalmente comprometida em implementar as suas reformas, anunciadas em julho. A maior parte das reformas já foram adotadas na estrutura administrativa”, refere hoje em comunicado o organismo.
Na mesma nota, a CONCACAF diz ainda que os “desenvolvimentos do dia” só reforçaram “a resolução de se fazerem mudanças significativas na estrutura e governação da organização”, incluindo “uma mudança fundamental na forma como é conduzida”.
O governo suíço anunciou hoje de manhã que dois dirigentes da FIFA tinham sido detidos hoje em Zurique, na sequência do escândalo de corrupção da organização desportiva.
“Os dirigentes de alto nível da FIFA receberam alegadamente dinheiro em troca da venda de direitos de comercialização relacionados com torneios de futebol na América Latina, bem como dos jogos para as qualificações do Mundial”, disse o Ministério da Justiça da Suíça, em comunicado.
A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Joseph Blatter como presidente do organismo máximo do futebol mundial, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.
No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, que foram marcadas para 26 de fevereiro de 2016.
A 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal a Blatter, que foi interrogado na qualidade de arguido, por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança.
A 08 de outubro, Blatter, o secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, e o presidente da UEFA, o também francês Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, por implicação no escândalo de corrupção que atingiu a instituição.
Na base das suspensões estão os inquéritos que decorrem no próprio órgão da FIFA, ainda que vários outros responsáveis do organismo mundial estejam também a ser investigados pelas autoridades suíças e norte-americanas.