As federações de futebol da Guatemala e do Panamá demarcaram-se hoje das acusações de alegada corrupção no âmbito dos processos de investigação em curso em sede da FIFA e, afirmando-se inocentes, pedem cautela.
O presidente da Federação Nacional de Futebol da Guatemala (Fedeguat), Brayan Jiménez, assegurou que está inocente das acusações que corrupção que contra si pendem e pede cautela, uma vez que a investigação ainda está em curso.
Brayan Jiménez, implicado pelos investigadores num novo processo de corrupção dentro da FIFA, apelou para que se respeite a presunção da sua inocência e mostrou-se disponível para colaborar com a Justiça em tudo o que for necessário.
O ex-presidente da Federação de Futebol do Panamá (Fepafut) Ariel Alvarado, igualmente implicado em alegados atos de corrupção na FIFA, juntamente com outros 15 altos dirigentes do organismo, mostrou-se também surpreendido com as acusações que sobre si pairam.
Ariel Alvarado, presidente da Fepafut entre 2000 e 2011, afirma, num comunicado divulgado por vários órgãos de comunicação social, estar convencido de que os vários processos em que o seu nome está implicado serão aclarados pelo bom nome do desporto e da sua família.
O atual presidente da Fepafut, Pedro Chaluja, demarcou-se já dos alegados casos de corrupção que envolvem o seu antecessor Ariel Alvarado e afirma que o organismo não foi contactado pela Justiça nem se encontra sob investigação.
O inquérito em curso a alegados atos de suborno, tráfico de influências, lavagem de dinheiro e apropriação indevida de fundos na FIFA envolveram, recentemente, dirigentes da Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá.
O hondurenho Alfredo Hawit e o paraguaio Juan Angel Napout, vice-presidentes da FIFA, foram os mais recentes dirigentes do organismo detidos esta semana pela justiça suíça.
Alfredo Hawit lidera interinamente a Confederação da América do Norte, Central e Caraíbas (Concacaf), enquanto Juan Angel Napout é o presidente da Confederação Sul-Americana (Conmebol).
Os novos nomes implicados quase que dobram o número de suspeitos da investigação em curos na FIFA, num processo que foi desencadeado em maio, a dois dias da reeleição de Joseph Blatter.
As altas instâncias da FIFA foram então abaladas e envolvidas num processo de alegada corrupção, iniciado pela Justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.
No início de junho, Joseph Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, que foram marcadas para 26 de fevereiro de 2016.
A 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal a Blatter, que foi interrogado na qualidade de arguido, por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança.
A 08 de outubro, Blatter, o secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, e o presidente da UEFA, o também francês Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, por implicação no escândalo de corrupção que atingiu a instituição.
Na base das suspensões estão os inquéritos que decorrem no próprio órgão da FIFA, ainda que vários outros responsáveis do organismo mundial estejam também a ser investigados pelas autoridades suíças e norte-americanas.