Paulo Fonseca: «Foi um jogo de grande exigência pela qualidade do Sporting»

"Foi realmente um jogo de grande exigência pela qualidade do Sporting. Tínhamos a noção de que tínhamos de ser uma equipa muito rigorosa para levar de vencido um adversário deste valor. Não estivemos perfeitos, mas estivemos perto de o ser. Quando se sofre três golos, nunca há perfeição. Mas, do ponto de vista ofensivo, a equipa teve o mérito de marcar quatro golos a uma equipa a quem é difícil marcar um golo, quanto mais quatro. Tivemos o mérito de virar por duas vezes o resultado. Tivemos o mérito de acreditar sempre que era possível vencer o jogo. Num jogo em que nenhuma das equipas merecia ter sido eliminada, acho que, pelo que fizemos no final, crescendo com o passar do tempo, penso que merecemos passar esta eliminatória.

[Sobre a possibilidade de ?vingar' a derrota na final da Taça da época anterior] A vingança não é algo que nos alimente. O que nos alimenta é o desejo de vencer sempre. Estamos num momento em que merecemos festejar este jogo. Conseguimos algo que ainda nenhuma equipa tinha conseguido ainda nas competições nacionais: vencer o Sporting. Amanhã, estaremos aí para preparar o próximo jogo do campeonato, que será muito difícil, com o Paços de Ferreira.

Temos de ter cuidado com esse tipo de análise, porque a Taça é pródiga em surpresas. Apesar de termos eliminado o Sporting, não podemos garantir que vamos estar na final. Ainda temos um trajeto até à final que temos de vencer. Agora, estando o Benfica e o Sporting de fora, acho que, como para qualquer equipa, existem mais possibilidades de conseguirmos chegar o mais longe possível na competição.

É um sonho que eu tenho. Já o tinha enquanto jogador. Tenho-o perseguido enquanto treinador. Ainda não consegui e gostaria muito de alcançar esse sonho de estar na final da Taça de Portugal e de viver um dia como o final da Taça no Jamor.

Espero que, amanhã [quinta-feira], não reduzam um jogo desta qualidade ao lance anulado ao Sporting. Tenho evitado ao máximo falar sobre arbitragem. Não gostaria de o fazer novamente. Tivemos aqui um árbitro que não teve um trabalho fácil. Poderia também referir aqui um ou outro lance que poderia ter influenciado o jogo de outra forma. Com acho que seria injusto ver este magnífico jogo de futebol reduzido a arbitragem, não quero comentar.

Aqui no Braga, temos tentado não contribuir para esse clima que não é positivo para o nosso futebol, em relação à arbitragem. Se nos sentirmos prejudicados, também o poderemos fazer, mas não da forma que tem sido feita. A nossa arbitragem não fica a ganhar com este clima que se tem criado.

[Sobre se Rui Fonte, autor do golo decisivo, foi o Tom Cruise de que tinha falado na antevisão?] Nós, treinadores, que, a este nível, falamos de três em três dias, temos de brincar com as palavras, até porque se torna monótono falar sempre da mesma coisa. Foi uma brincadeira, mas corremos o risco de começar a chamar Tom Cruise ao Rui Fonte".