O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, disse que hoje “é um dia muito triste para o futebol” e prometeu recorrer, sem se referir à decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) de dar razão à Doyen no processo que os opõe.
“Hoje é um dia muito triste para o futebol. Como sempre disse, tudo é possível quando se trata de futebol. Um mundo com o qual não me identifico e que cada vez mais me envergonha”, reagiu o dirigente 'leonino', na sua conta no Facebook.
Depois de rescindir unilateralmente os contratos com a Doyen relativos ao marroquino Labyad e a Marcos Rojo, o Sporting transferiu o argentino para o Manchester United, em 2014, por 20 milhões de euros, e restituiu ao fundo os cerca de três milhões investidos em 75% dos direitos económicos do jogador. A Doyen recorreu e, segundo fonte ligada ao processo, o TAS deu-lhe razão.
“O futebol não tem a mínima condição de se autorregular, com a sua disciplina e justiça a demonstrarem, constantemente, uma debilidade e uma permeabilidade perante um ‘sistema’ que teima em se querer manter vivo. Próxima fase, recurso. Próximo passo, a manutenção acérrima pela luta por um futebol digno e credível”, acrescentou Bruno de Carvalho.
Na exposição ao TAS, os sportinguistas tinham declarado nulos os acordos estabelecidos para a participação da Doyen Sports na posse dos direitos económicos do argentino Rojo por considerar que a empresa os violou “massivamente”.
Bruno de Carvalho promete trabalhar “para resolver os vários obstáculos que têm surgido e os outros que teimam em colocar pela frente” e apela aos adeptos para “manterem o apoio, fundamental para se demonstrar a coesão do clube e com isso a sua força e perseverança em torno de valores, ideais e objetivos”.
“Num subsistema onde tudo vale e os ‘bandidos’ reinam, a nossa resposta será dada em 2016: manter o foco, manter o rumo e manter a identidade”, vincou o líder do clube lisboeta.
O presidente ‘leonino’ dirige-se ainda aos “inimigos”, aconselhando-os a “nunca subestimar a força da razão e da perseverança”: “São estes momentos que nos redobram as forças e que ainda consolidam mais as nossas convicções”.
“Que não entremos em depressões inúteis e que quem hoje vier ‘cantar de galo’ não se esqueça que quando não se tem razão e se tem tantos telhados de vidro mais cedo ou mais tarde verá as suas ações estilhaçadas, pois a verdade acaba sempre por se fazer mostrar”, reforça.
O presidente do Sporting diz ainda que “o futebol não pode nem deve ser tomado de assalto e os governos do mundo e a justiça comum já perceberam que tem de se colocar um fim num futebol que se transformou num subsistema opaco, cheio de negociatas, corrupção e onde a criminalidade, nomeadamente pagamento de luvas, apostas ilegais e lavagem de dinheiro, são ações a combater de imediato”.
“Todas as histórias têm um fim. Neste caso estamos ainda no princípio”, concluiu.