A equipa técnica de futebol do Chile, liderada pelo argentino Jorge Sampaoli, foi recompensada por vencer a Copa América com 5,5 milhões de euros, pagos pela federação através de um paraíso fiscal.
A denúncia foi feita pelo Ciper (Centro de Investigações Jornalísticas) que revelou que o montante do pagamento foi acordado dois meses após o título e foi feito através de três empresas constituídas nas Ilhas Virgens, com a agravante de ter sido justificado como verba por direitos de imagem, pretexto para assim pagar menos impostos do que o prémio de desempenho.
Isso obrigou a Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP) a corrigir a sua situação fiscal e assim pagar mais cerca de 460 mil euros para regularizar o contrato junto do Serviço de Impostos Internos (SII).
A iniciativa partiu do ex-presidente da ANFP, Sergio Jadue, envolvido nos escândalos de corrupção na CONMEBOL (confederação sul-americana): segundo foi revelado, tentou convencer Sampaoli e aceitar a tal verba adicional, ao que este se negou, argumentando que a fórmula inicial tinha sido idealizada pela entidade patronal.
Para regularizar o contrato, a ANFP aproveitou um artigo transitório da Reforma Tributária promovida pelo governo sobre repatriação de capitais, um incentivo até ao fim deste ano que taxa em oito por cento os montantes declarados no estrangeiro.
O escândalo ganha maiores dimensões pelo facto de os prémios serem desconhecidos até há pouco tempo, sendo que o contrato foi assinado apenas em setembro, dois meses após o fim da Copa América.
A 17 de novembro, Sergio Jadue rumou aos Estados Unidos para se colocar à disposição da justiça depois de admitir que recebeu subornos na adjudicação dos direitos comercieis da Copa América até 2023.