Júnior do Paços nas nuvens com estreia pela equipa frente ao Sporting

O alentejano de Sousela, Portalegre, alinhou nos últimos oito minutos do jogo disputado em Alvalade e, apesar da derrota na primeira jornada do grupo C da Taça da Liga (3-1), deu conta de uma "emoção muito grande" e da "concretização de um sonho de pequeno".

"Em miúdo, todos sonhamos com isso. Felizmente, têm surgido oportunidades e temos estado a ganhar", contou Tiago Serralheiro à agência Lusa, acrescentando ter tentado "pensar que era um jogo normal", tendo em conta que "um jogador joga melhor quando consegue conter as emoções".

Só após o apito final, Tiago disse ter-se dado conta do jogo em que participou, visto presencialmente pelos pais, tios e amigos, que, depois, não lhe deram descanso, tal a quantidade de mensagens recebidas.

O avançado, de 18 anos, guardou a camisola do jogo e não esqueceu os colegas da equipa júnior, a uma vitória de garantirem uma inédita presença no 'play-off' de apuramento de campeão no respetivo campeonato nacional, a quatro jornadas da fase regular.

"Todos eles (os colegas) me apoiaram muito, aliás, a união muito grande é um dos trunfos da nossa equipa, e o que agora me aconteceu é sinal de que o Paços conta e aposta na formação e esta oportunidade é encarada como uma motivação, para que outros possam, também, aparecer na equipa principal", sublinhou.

Fã do polaco Lewandowski, dos alemães do Bayern de Munique, que considera "o melhor (avançado) do mundo", Tiago Serralheiro define-se como "um jogador mais de equipa", que aposta "nos movimentos de rotura e nas assistências", reconhecendo a necessidade de "definir melhor os lances".

"Comecei no Vidense, passei pelo Elétrico de Ponte de Sor, tive oportunidade de treinar na Académica e por lá fiquei ano e meio, mas uma confusão na sua Academia abriu-me as portas do Paços. Como conhecia a equipa e gostava do futebol que praticava, arrisquei e estou satisfeito", recordou.

A completar o 12.º ano de escolaridade em Paços de Ferreira, Tiago Serralheiro disse ainda que o pior dos três anos que leva fora da família, no Alentejo, já passou, cada vez mais confortado pelas visitas frequentes da família e da namorada, e, às portas do ano novo, desejou somente "melhor e melhorar".

"Há talentos no Alentejo, mas, infelizmente, a visibilidade é pouca. Por agora, estou concentrado em ajudar a fazer história pelos juniores do Paços e não escondo que gostava muito de me tornar profissional de futebol", concluiu.