O campeonato do mundo de ralis arranca na quinta-feira, em Monte Carlo, e Sébastien Ogier (Volkswagen) inicia a sua caminhada rumo a um quarto título consecutivo, faltando saber quem poderá opor-se ao francês.
Se a tendência se mantiver, o piloto de Gap, de 32 anos, deverá viver uma nova época praticamente sem adversários e em que a rivalidade poderá vir essencialmente de dentro da própria equipa, mais uma vez pela mão do finlandês Jari-Matti Latvala, vencedor do Rali de Portugal no ano passado. O terceiro carro voltará a ser pilotado pelo sueco Andreas Mikkelsen.
Para tentar defender os títulos de pilotos e construtores, a marca alemã conta com uma versão renovada do Polo R e está apostada em repetir o domínio do ano passado, assente em oito vitórias de Ogier, três de Latvala e um de Mikkelsen, num percurso cuja única mácula foi aproveitada pelo britânico Kris Meeke, que venceu na Argentina, beneficiando do abandono dos VW.
A superioridade da equipa germânica em 2015 ficou ainda patente nas sete 'dobradinhas' alcançadas nas 13 provas do campeonato, no qual chegou mesmo a monopolizar o pódio em três ocasiões, e na classificação final, em que ocupou as três primeiras posições, repetindo assim o desfecho de 2013 e 2014.
"Pela terceira vez consecutiva, iniciamos a época como a equipa a bater e vamos enfrentar oponentes mais fortes do que antes: a Hyundai tem um carro novo, enquanto a M-Sport (Ford) reforçou a sua equipa de pilotos e copilotos", afirmou o diretor da Volkswagen Motorsport, Jost Capito, que vai deixar o cargo durante a temporada.
Após três títulos de pilotos, outros tantos de construtores e 34 vitórias em 39 ralis, parece difícil pôr em causa a hegemonia da Volkswagen, uma tarefa que compete à Hyundai e à Ford, em virtude do ano sabático anunciado pela equipa oficial Citroen.
Na sua terceira temporada, a marca sul-coreana espera poder fazer frente à VW com um i20 totalmente novo e volta a confiar um dos seus carros a Thierry Neuville, sexto classificado no Mundial em 2014 e 2015, mas desta vez com a companhia do experiente espanhol Dani Sordo, que foi designado como primeiro piloto da equipa principal para 2016. A segunda equipa será formada pelo holandês Kevin Abbring e o neozelandês Hayden Paddon.
Aproveitando a saída da Citroen, a Ford entregou um Fiesta RS ao regressado norueguês Mads Ostberg, que impressionou no ano passado com segundos lugares do México e na Argentina e terminou o campeonato em quarto, embora tenha perdido algum fulgor na segunda metade da época, o que correspondeu a um período de afirmação de Kris Meeke, quinto, que este ano fará apenas alguns ralis com o DS3 da equipa privada PH Sport-run Abu Dhabi Total, sem pontuar para o Mundial de construtores.
Enquanto o francês Eric Camilli faz a sua estreia na categoria WRC ao lado de Ostberg, o estónio Ott Tanak saiu, mas volta a pilotar um Fiesta RS da equipa privada Dmack e prevê disputar todas provas do Mundial, que conta este ano com 14 ralis devido à inclusão da China no calendário, 17 anos depois da única presença.
O Rali de Portugal, marcado para o período de 19 a 22 de maio, vai manter-se na região norte do país e volta a ser a quinta prova do Mundial, que se prolonga até novembro, terminando desta vez no Rali da Austrália.