O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, admitiu hoje que se vai recandidatar à presidência do clube, em declarações ao Porto Canal.
O presidente dos 'dragões' esclareceu, numa entrevista cedida ao canal de televisão do clube, que esta decisão esteve à espera do resultado de uma série de exames à sua saúde e que acabaram por ter resultados positivos.
"Entendi que não devia falar antes de serem tomadas as medidas que estávamos a preparar. Passado para mim é sempre passado. Penso sempre no dia de amanhã. Vir aqui sem saber se me recandidataria, não fazia sentido. Desde dezembro que me pedem uma decisão. Disse que não tomaria decisão sem fazer exame geral sobre o meu estado de saúde. Felizmente completei uma série de exames e deram-me a garantia de que poderia estar tranquilo. A partir daí, comuniquei à Comissão de Recandidatura, que estou disponível para me recandidatar", anunciou.
O presidente do FC Porto esclareceu ainda as polémicas envolventes à saída do treinador espanhol Julen Lopetegui, no final de uma série menos boa de resultados, admitindo, no entanto, que não se arrepende de o ter trazido para o clube.
"Lopetegui foi uma escolha minha, como todos os outros, como foi agora o José Peseiro. No momento em que tomei a decisão, reuni a administração da SAD para perceber se estavam de acordo com a minha opção, concordaram e em hora e meia fechou-se o contrato", começou por explicar o dirigente, que esclareceu que a saída do técnico basco foi na altura certa.
"Entendi fazer agora, porque me convenci de que já não havia condições de lutar pelos nossos objetivos, não havia comunhão de ideias entre todos. O FC Porto tem que ser dirigido por quem os sócios quiserem, mas quem tiver de dirigir não pode tomar decisões porque um grupo de associados invade os balneários e contesta", disse ainda.
Sobre Lopetegui, Pinto da Costa disse ainda: "Tinha boas informações do Lopetegui. Dizer que foi uma aposta ganha não, porque não ganhou nada. Penso que tem qualidades, no futuro vai ser um treinador de sucesso, mas não se integrou no futebol português, daí ter trazido muitos jogadores de fora. Não quis compreender que as coisas não eram exatamente como tinha pensado, insistiu num processo que não levou ao sucesso. Quando se muda de treinador, é porque não teve sucesso."
O presidente do emblema azul e branco esclareceu ainda que o técnico espanhol não tinha razão para se queixar das saídas dos jogadores, uma vez que as escolhas foram feitas pelo próprio.
"Perdeu muitos jogadores, e tinha que perder pelas opções que fez. Por exemplo, insistiu na contratação de Imbula. Veio por imposição dele, porque nos dizia que era um Ferrari. Depois vi que o Ferrari era afinal para ficar na garagem. O argumento para não vencer não podia ser esse, porque teve tudo o que pediu", esclareceu.
Por resolver está, segundo o presidente, o acordo de rescisão, uma vez que o FC Porto não tem conseguido entrar em contacto com os advogados do ex-técnico portista.
Pinto da Costa admitiu que José Peseiro foi primeira opção e que no dia seguinte ao empate com o Rio Ave ligou para perceber o interesse em treinar o FC Porto.
"Não houve conversa com Sérgio Conceição, nem com ninguém. Escreveu-se que era o Jorge Jesus, quando ele está envolvido num projeto e eu, que o conheço bem, sei que ele não deixa um projeto a meio. Depois, falou-se do Villas-Boas, que teria chegado de jato ao Porto para reunir comigo. Quando li isso até liguei ao André a perguntar se estava no Porto e não me vinha cumprimentar. Ele riu-se, pois estava a chegar à Rússia após um estágio", ironizou.
Agora com José Peseiro no comando, o dirigente reforça a confiança: "Acho que é o homem certo. Se não fosse, não o escolhia. O que mais pesou foi o conhecimento dele. Todos com quem falei diziam que a sua qualidade de treino é fantástica. O seu futebol é ofensivo, pró-golo, mas sem ser maluco, e com processos, tanto quanto possíveis, organizados", referiu ainda.
Apesar do terceiro lugar no campeonato, a cinco pontos do Sporting e a três do Benfica, Pinto da Costa sente-se confiante na conquista do título.
"Já estivemos com desvantagens maiores e já ganhámos. O treinador diz-me que é possível. Agora é obvio que não dependemos só de nós. Mas o campeonato é longo e estes dois últimos jogos mostraram que não há invencíveis", finalizou, ainda admitindo que espera voltar a ver o estádio cheio e a apoiar a equipa.