Crónica: Belenenses e V. Guimarães anulam-se em grande espetáculo

A partida vai certamente deixar saudades aos adeptos que se deslocaram ao Estádio do Restelo, em Lisboa, onde os dois conjuntos apontaram seis golos, desperdiçaram muitas outras ocasiões e mantiveram a incerteza no marcador até ao final.

Miguel Rosa (08 minutos), Bakic (25) e Juanto Ortuño (64) fizeram os tentos do Belenenses, mas o Vitória de Guimarães conseguiu sempre recuperar das desvantagens, graças a Bouba Saré (26), Filipe Ferreira (43, na própria baliza) e Henrique Dourado (76).

Os ‘azuis’ apresentaram-se sem um ponta-de-lança declarado, com Carlos Martins a assumir a posição mais adiantada da equipa, na tentativa de servir as diagonais e a velocidade de Miguel Rosa e Fábio Sturgeon.

A estratégia delineada pelo técnico Julio Velázquez acabou por surtir efeito e o Belenenses teve, provavelmente, um dos melhores desempenhos da época, com uma proposta de jogo ambiciosa, assente em passes curtos e apoiados, e sem ceder à tentação de bater bolas longas na frente.

O aparente ‘adormecimento’ inicial do Vitória de Guimarães, que é quase sempre um conjunto agressivo na recuperação, acabou por também contribuir para a fluidez ofensiva dos lisboetas, que se adiantaram no marcador, logo aos oito minutos, num cabeceamento de Miguel Rosa, após cruzamento do reforço Bakic.

De resto, aos 25 minutos, o próprio médio montenegrino, emprestado pela Fiorentina, estreou-se a marcar com a camisola da Cruz de Cristo e dilatou a vantagem do Belenenses, dando a melhor sequência a uma excelente jogada coletiva.

Contudo, a partir dos 30 minutos, os vitorianos equilibraram a partida e, em apenas sete minutos, chegaram ao empate: primeiro foi Bouba Saré, a corresponder de cabeça a um livre de Otávio, antes de Filipe Ferreira marcar na própria baliza, quando tentava evitar a conclusão de Ricardo Valente.

Nos instantes iniciais da etapa complementar, o Vitória esteve perto de operar a reviravolta, por Josué, só que o Belenenses nunca se retraiu perante a reação do adversário e voltou a acercar-se da baliza vimaranense, recuperando a vantagem por Juanto Ortuño, outro reforço deste ‘mercado’ de inverno.

No entanto, aos 76 minutos, Henrique Dourado repôs a igualdade no marcador, num grande remate de fora da área, dando início a um quarto de hora final de enorme incerteza, com oportunidades junto das duas balizas.

O Vitória de Guimarães pode mesmo lamentar a falta de eficácia, nomeadamente de Henrique Dourado, que, apesar do tento apontado, dispôs de outras duas ocasiões, a última das quais soberana, aos 90 minutos, que poderia ter dado o triunfo aos visitantes.