O diretor geral do Sporting, Octávio Machado, acusou hoje o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de ter “dois pesos e duas medidas” e revelou que o clube vai recorrer do processo instaurado a Slimani.
“Não espero que Slimani seja castigado, pelo contrário. Não deve sê-lo porque seria ter dois pesos e duas medidas. Seria mau para o futebol português”, disse o dirigente ‘leonino’, para quem o Sporting é o clube que mais tem promovido a modalidade pelos espetáculos que tem proporcionado e por ser a equipa com mais jogadores portugueses.
De acordo com Octávio Machado, “as regras e os conceitos do futebol são iguais em todas as competições, pelo que não se percebe porque é que num caso a secção profissional do CD tomou a decisão de arquivar a participação do Sporting e a secção não profissional instaurou um processo a Slimani”.
O dirigente ‘leonino’ aludia à queixa do Benfica referente a uma alegada cotovelada dada pelo jogador Islam Slimani no benfiquista Samaris, no jogo Sporting-Benfica da Taça de Portugal, que justificou a abertura de um processo ao avançado argelino, ao contrário do aconteceu com a participação apresentada pelos ‘leões’ sobre alegadas infrações disciplinares de jogadores ‘encarnados’ no jogo entre as duas equipas para a I Liga.
“O Sporting vai recorrer desta decisão do CD para o Conselho de Justiça (CJ) da FPF porque não aceita que haja dois pesos e duas medidas”, disse o diretor geral dos ‘leões’, que manifestou estranheza com o conteúdo da queixa avançada pelo Benfica contra Slimani junto do CD.
Segundo Octávio Machado, a queixa refere uma agressão de Slimani a Samaris na primeira parte, quando toda a comunicação social alude ao lance em causa como tendo ocorrido no início da segunda, além de que o ponta de lança do Sporting é referido na mesma queixa como jogador do Nacional.
A propósito, o dirigente ‘leonino’ rebateu a tese do Benfica, segundo a qual houve uma agressão de Slimani a Samaris no citado lance: “Uma cotovelada é uma cotovelada. O Slimani, para evitar o bloqueio de Samaris, fez um movimento de extensão com o braço para o afastar e atingiu-o nas costas. O árbitro viu e não interpretou como sendo uma agressão”.
“O que nos preocupa é a indisponibilidade para apitar manifestada por quatro árbitros de qualidade, que nos merecem confiança, cujas notas aos jogos que arbitraram do Sporting apareceram na comunicação social. Estou a falar de Jorge Sousa, Carlos Xistra, Hugo Miguel e Vasco Santos, que estão de baixa”, disse Octávio Machado, para quem, qualquer dia, “não há árbitros para apitar ou se restringem as opções de uma forma inaceitável”.
O mesmo dirigente fez a defesa de Slimani, um jogador “abnegado, que joga nos limites da entrega como os amantes do futebol apreciam”, virtudes essas que estão a tentar “virar” contra ele e acusou o Benfica de “obsessão e de mover a sua influência” para castigar o jogador argelino, recordando que é o “único clube que, até ao momento, apresentou queixa contra um adversário”.
Questionado sobre as declarações recentes do presidente do Marítimo, Carlos Pereira, que culpou o Sporting por não ter fechado atempadamente o negócio das transferências de Marega e José Sá, que assinaram pelo FC Porto, alegou tratar-se de uma opinião e que o clube de Alvalade “só confirma a aquisição de jogadores que assinem contrato”.
Em relação às notícias que dão consumada a transferência de André Carrillo para o Atlético Madrid, Octávio Machado reconheceu que o jogador “é livre de assinar por quem quiser”, mas lembrou que há “prerrogativas a cumprir” e que não o foram até ao momento, nomeadamente a obrigatoriedade de informar por carta o Sporting.