O International Board (IFAB), entidade que regula as leis no futebol, aprovou hoje, a título experimental, o recurso às imagens vídeo nas arbitragens dos jogos.
O período experimental decorrerá durante os próximos dois anos, “o mais tardar na época 2017/2018”, para, segundo o comunicado do IFAB, “identificar as vantagens, desvantagens e os piores cenários”.
Após o aval à tecnologia de linha de golo, em 2012, o ‘guardião’ das leis do futebol voltou a abrir as portas a outras tecnologias para auxílio do trabalho dos árbitros.
O período experimental servirá para "identificar vantagens, desvantagens e os piores cenários", observou a FIFA, considerando a decisão "um marco histórico".
Durante o período de testes, os árbitros podem pedir imagens vídeo para ajudar na determinação de quatro tipos de momentos importantes do jogo: golos marcados, cartões vermelhos, penaltis e identidades trocadas.
Ainda durante esta fase, um árbitro assistente que estará encarregue do visionamento das imagens pode revê-las a pedido ou tomar a iniciativa de comunicar ao árbitro um incidente que pode ter escapado à equipa de arbitragem.
"Tomámos uma decisão verdadeiramente histórica para o futebol", disse, em conferência de imprensa, o novo presidente da FIFA, Gianni Infantino.
"A FIFA e a IFAB estão agora a liderar o debate e não a obstaculizá-lo. Mostrámos que ouvimos os adeptos, os jogadores, o futebol", afirmou, acrescentando que, "apesar das cautelas" necessárias à introdução de novas tecnologias do futebol, "é preciso estar aberto a tomar medidas concretas".
Gianni Infantino expressou no passado preocupação com a possibilidade de o recurso às imagens vídeo poder afetar a dinâmica do jogo.
A decisão de introduzir a tecnologia vídeo surge na sequência da introdução da tecnologia da linha de golo, usada pela FIFA no Campeonato do Mundo de 2014 e usada pela UEFA na Liga dos Campeões e na Liga Europa, bem como no Euro2016.
Várias federações de futebol, como a portuguesa, já expressaram apoio à introdução da tecnologia vídeo e a Federação Holandesa (KNVB) já levou a cabo testes à exequibilidade do recurso às imagens para ajudar a equipa de arbitragem.
A IFAB anunciou ainda a reformulação da legislação aplicável ao "triplo castigo", em que há simultaneamente expulsão, grande penalidade e castigo aplicado ao jogador faltoso.
Os jogadores serão advertidos ao invés de expulsos, exceto em casos tipificados, como a conduta violenta ou a manifesta ausência de intenção de jogar a bola.
O International Board aprovou ainda a realização de experiências relativas ao recurso a uma quarta substituição em caso de prolongamento, sem que tenha sido decidido em que competição os testes vão ser levados a cabo.