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Cruyff: Mais do que um jogador, o legado de uma forma de jogar

Um dia Cruyff disse “se a bola estiver com a gente, eles não conseguem marcar golos”, uma ideia que representa muito do legado daquele que é considerado um dos melhores futebolistas de todos os tempos.

Cruyff: Mais do que um jogador, o legado de uma forma de jogar

Cruyff morreu hoje aos 68 anos, na sua cidade de escolha, Barcelona, cinco meses depois de ter revelado que sofria de cancro nos pulmões, ele que durante anos tinha sido fumador e em 1991 deixara o tabaco devido a uma operação ao coração.

“O futebol deu-me tudo. O cigarro quase me tirou tudo”, disse também.

A sua marca no futebol é inquestionável, não só como jogador, mas como treinador, sendo – numa avaliação de muitos – o percursor da escola de ‘posse’ do FC Barcelona, tida como a melhor equipa do mundo.

Muitos técnicos do ‘Barça’ acabaram por ser seus discípulos e Guardiola, que conquistou tudo nos catalães, chegou a dizer: “Cruyff construiu o edifício e os técnicos do Barça que o sucederam apenas trataram de restaurá-lo e reformá-lo”.

Mas se como treinador deixa tal marca, numa carreira dedicada aos seus dois amores (FC Barcelona e Ajax), com a conquista da Taça dos Campeões Europeus, duas Taças das Taças, uma supertaça europeia ou quatro ligas espanholas, como futebolista o seu papel não foi em nada inferior.

Tudo começou no Ajax, em plena década de 60 e quando Cruyff ainda não tinha atingido a maioridade. A ligação estabeleceu-se pela mão do pai, merceeiro que abastecia o clube, e mais tarde reforçada pela mãe, empregada de limpeza.

Foi ela que acreditou que o futebol poderia fazer bem aos problemas ortopédicos do jovem Johan, que aos 17 anos viria a vestir pela primeira vez a camisola oficial da equipa de Amesterdão.

A importância de Cruyff rapidamente cresceu – com Rinus Michel no comando da equipa -, catapultando o Ajax para oito títulos de campeão holandês e três títulos de campeão europeu, tudo entre meados dos anos 60 e 70.

Foi também aqui que começou a construção da ‘laranja mecânica’ ou do ‘carrossel holandês’, a seleção que, igualmente com Rinus Michel, seria vice-campeã mundial em 1974 e 1978, e num período em que Cruyff já rumara ao Barcelona.

O clube catalão começou por ser a segunda casa do jogador, para rapidamente se tornar a primeira – pese embora passagens posteriores por outros clubes, nos Estados Unidos, o AC Milan, o Levante, novamente o Ajax e, finalmente, o Feyenoord.

Foi em Barcelona que Cruyff acabou por radicar-se e dos três filhos que teve, Jordi (nome catalão) acabou mesmo por também jogar no ‘Barça’, onde a antiga estrela chegou a treinar o português Luís Figo.

Para muitos e como chegou a referir o atual presidente do clube espanhol, Jose Maria Bartomeu, “o Barcelona é filho do Ajax”, numa transposição quase perfeita do modelo e influência que ambos tiveram nos respetivos países, e em ambos com um denominador comum: Johan Cruyff.

“[Cruyff] Mudou totalmente a maneira como se pensava o futebol através da sua maneira de ver o futebol, de ver os jogos, de ver o clube e a sua organização. Há treinadores que arriscam e correm riscos e há treinadores que não têm essa coragem. Johan pertence à primeira categoria”, disse Bartomeu.

Cruyff deixa esse legado na cultura ‘de futebol total’, um papel que fez na perfeição e que lhe valeu por três o troféu de Bola de Ouro (1971, 1973, 1974), que distinguia o melhor jogador a alinhar na Europa.

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