O presidente do FC Barcelona, Josep Maria Bartomeu, disse hoje que sem Johan Cruyff “é impossível entender o ‘Barça’”, no momento em que inaugurou o memorial de condolências ao ex-futebolista e treinador holandês.
Dois dias após a morte de Cruyff, vítima de um cancro pulmonar, uma grande fotografia do holandês ocupa a tribuna superior do Camp Nou e no acesso pode ver-se o emblema do clube com uma faixa negra e a inscrição: “Gràcies, Johan”.
“São dias muito tristes para o barcelonismo e, com o acordo da sua família, este espaço de condolências estará aberto até terça-feira”, revelou o responsável máximo do FC Barcelona, clube que foi referência na vida de Cruyff, a par do Ajax.
Os elogios ao ‘holandês voador’ sucederam-se, com Josep Maria Bartomeu a frisar que foi “um maestro”, “um jogador moderno”, “um inconformista que revolucionou o mundo do futebol e o mundo do ‘Barça’”.
Muito emocionado estava o ex-presidente do FC Barcelona Joan Laporta, dizendo que os adeptos do clube são uns privilegiados por terem tido Cruyff.
“Foi maravilhoso como jogador e já aí era uma referência”, explicou Laporta, falando também do seu legado como treinador, no estilo de jogo, e do homem que deu ao FC Barcelona o seu primeiro título de campeão europeu.
Uma cerimónia a qual marcou também presença Florentino Pérez, o presidente do grande rival, Real Madrid, com o dirigente a dizer que Cruyff faz parte daquelas pessoas “que duram eternamente”, considerando que “mudou a história do futebol”.
O antigo futebolista internacional holandês morreu na quinta-feira em Barcelona, aos 68 anos, vítima de cancro nos pulmões.
Nascido em Amesterdão a 25 de abril de 1947, Cruyff revolucionou o futebol moderno: primeiro como futebolista, na seleção holandesa, com a qual foi vice-campeão do mundo em 1974, e nos clubes que mais marcaram a sua carreira, o Ajax e o FC Barcelona, entre finais dos anos 60 e início dos anos 80.
Enquanto jogador do clube holandês, foi distinguido em três ocasiões com a Bola de Ouro, conquistou a Taça dos Campeões Europeus outras tantas, uma Supertaça europeia, uma Taça Intercontinental e oito títulos de campeão nacional, ao qual acrescentaria um nono ao serviço do Feyenoord, na sua época de despedida, tendo sido campeão em Espanha por uma vez com o ‘Barça’.
Como treinador, ganhou uma Taça das Taças com o Ajax, antes de rumar ao FC Barcelona e aí desenvolver o estilo de futebol ofensivo que ainda carateriza o clube catalão, conquistando uma Taça dos Campeões, uma Supertaça Europeia, outra Taça das Taças, quatro títulos de campeão espanhol, uma Taça do Rei e três Supertaças de Espanha.