O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madíl, deverá ser hoje reeleito no cargo para quadriénio 2006/07-2009/10, mas com interrupção prevista para o final da época, numas eleições ensombradas pelos casos Apito Dourado e Nuno Assis.
Face à nova Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, a FPF deverá ajustar os seus estatutos e, por consequência, terá de agendar novas eleições durante o próximo defeso, uma situação que Gilberto Madaíl, concorrente único a novo mandato, pretendia evitar.
No entanto, a proposta apresentada para contornar esta situação foi chumbada na Assembleia Geral extraordinária de 28 de Outubro (251 votos contra, 224 a favor), marcando-se novas eleições para 30 de Novembro, data que não pôde ser cumprida devido a um atraso na apresentação das contas.
A atenuar as recentes polémicas está um balanço de 10 anos claramente positivo para Madaíl em termos desportivos, com especial destaque para meia-final do Euro2000, a final do Euro2004, também um sucesso organizativo em Portugal, e o quarto lugar no recente Mundial2006.
Contudo, outras polémicas marcaram a candidatura de Gilberto Madaíl, a começar pela elaboração das listas, onde figuram dois arguidos do processo Apito Dourado, Carlos Esteves e Francisco Costa, que se recandidatam aos cargos de presidente e vice-presidente do Conselho de Arbitragem, respectivamente.
Numa decisão inédita, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol (LPFP), Hermínio Loureiro, decidiu assumir a vaga, por inerência, da vice-presidência da Direcção, lugar que era ocupado por Ângelo Brou, um dos principais responsáveis pela organização do Euro2004 e de quem se fala para um eventual cargo executivo na FPF.
Outro dos casos que ensombravam o período eleitoral, era o facto de a FPF estar em risco de perder o estatuto de utilidade pública desportiva, depois de a secretaria de Estado do Desporto ter homologado um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso de doping do futebolista Nuno Assis.
Para a PGR, a FPF violou a lei quando arquivou o processo que tinha levado à suspensão, por seis meses, do jogador do Benfica e deve agora revogar a decisão do CJ, algo que acabou por acontecer na quinta- feira com a decisão do Tribunal Arbitral do Desporto de suspender o médio por um ano.
Além do processo eleitoral, será hoje igualmente apresentado e votado o Relatório e Contas da FPF.