Portugal aprendeu a lição e bate Bélgica com primeira parte de grande nível

Depois do inesperado desaire com a Bulgária (1-0), Portugal regressou ao Estádio Municipal de Leiria, desta vez para defrontar o líder do ‘ranking’ mundial, com ‘a lição bem estudada', corrigindo grande parte dos erros que cometeu na sexta-feira, e chegou à vitória com golos de Nani e Cristiano Ronaldo, aos 20 e 40 minutos.

Num jogo em que, antes do apito inicial, se homenagearam as vítimas dos recentes ataques terroristas que ocorreram em Bruxelas, a Bélgica acabou por estar melhor na segunda parte, também devido à habitual ‘dança' das substituições, mas o melhor que conseguiu foi reduzir a diferença por Romelu Lukaku, aos 62.

O selecionador Fernando Santos fez um total de seis alterações no ‘onze' titular, em comparação com o duelo com os búlgaros, com José Fonte e Danilo a serem determinantes no equilíbrio defensivo que Portugal apresentou hoje, algo que tinha falhado redondamente no último particular.

No segundo teste para a fase final do Europeu, Fonte foi exemplar junto a Pepe no centro da defesa, dando até outra confiança ao central do Real Madrid, enquanto Danilo esteve taticamente irrepreensível no centro do terreno, estando praticamente sempre no sítio certo quando a Bélgica procurava ‘invadir' o meio-campo luso.

Destaque também para Raphael Guerreiro no lado esquerda da defesa, tendo o lateral efetuado mais uma excelente exibição pela principal seleção portuguesa, tanto na defesa como no apoio ao ataque.

Os primeiros minutos do encontro até foram de claro domínio da Bélgica, com Portugal demasiado remetido à sua defesa e com muitas dificuldades na altura de sair para o ataque.

Subitamente tudo mudou a partir dos 10 minutos quando Portugal ganhou velocidade nas transições, com João Mário e André Gomes em destaque, e antes de Nani abrir o marcador, já Courtois se tinha exibição a grande nível, sobretudo quando desviou um cabeceamento ‘venenoso' de Cristiano Ronaldo para a barra.

Contudo, aos 20 minutos, o guarda-redes do Chelsea nada conseguiu fazer para impedir um remate certeiro de Nani, que apareceu solto à sua frente, após passe de André Gomes. O extremo português finalmente festejou um golo, depois das inúmeras oportunidades que falhou perante a Bulgária.

Com apenas dois, três toques, Portugal continuou a chegar com rapidamente à área belga, enquanto Danilo passou a ser o inimigo número um de Witsel e Nainggolan na luta do meio-campo, funcionando como uma verdadeira muralha para a defensiva lusa.

Aos 40 minutos, numa dessas rápidas transições, Cristiano Ronaldo lançou João Mário na ala esquerda, acabando o médio do Sporting por assistir o capitão da seleção nacional, que apareceu rapidamente na área, fazendo o segundo golo com ligeiro toque de cabeça.

A primeira parte de Portugal só não foi perfeita porque André Gomes, complemente solto na área e com Courtois praticamente batido, falhou incrivelmente o terceiro golo, em novo lance de João Mário na ala.

No arranque da segunda parte, Ronaldo voltou a estar perto do golo, tendo Ronaldo falhado por pouco o alvo, naquele que acabou por ser o último lance de destaque do avançado luso na partida. Pouco depois, foi substituído, juntamente com Nani (entraram Quaresma e Éder) e Portugal praticamente deixou de existir.

Romelu Lukaku, com assistência do seu irmão Jordan, reduziu a diferença, aos 62 minutos, e por momentos ficou a sensação que o triunfo da seleção lusa poderia estar em perigo mas, com o passar dos minutos, a própria Bélgica acabou por perder velocidade e frescura física.

Até final, o jogo caiu bastante de qualidade, com demasiados passes falhados em ambas as equipas, talvez resultado das constantes paragens para substituições. Destaque para um lance de contra-ataque de Portugal, que terminou com um remate muito torto de Quaresma.