A Real Sociedad, da liga espanhola de futebol, garantiu hoje que em 2009 regularizou a sua situação financeira, depois de ter sido alvo de uma inspeção fiscal, assegurando que desde então tem cumprido todas as suas obrigações fiscais.
A equipa, na qual alinha o futebolista português Bruma, emitiu hoje um comunicado, depois de o seu nome ter sido envolvido nos chamados Papéis do Panamá, uma lista que contem nomes individuais e de empresas que administram o seu património em empresas ‘offshor’.
Segundo a investigação dos Papéis do Panamá, a Real Sociedad terá pagado, entre 2000 e 2008, grande parte dos salários, de pelo menos sete futebolistas, através de empresas sedeadas em paraísos fiscais.
“Desde 2009, a Real Sociedad está a cumprir com as suas obrigações tributárias e a regularizar situações anteriores detetadas pela inspeção de 2009”, refere o clube.
Sem adiantar pormenores, o clube explica que os pagamentos através de paraísos fiscais foram conhecidos em 2008 na auditoria pedida por Inaki Badiola quando assumiu a presidência.
Na sequência desta revelação, foi realizada uma inspeção fiscal ao clube, que acabou por ser condenado ao pagamento de uma multa no valor total de 11,3 milhões de euros.
Os Papéis do Panamá são o resultado de uma grande investigação jornalística, divulgada na noite de domingo, envolvendo o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.
Na investigação, são destacados os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.
A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas ‘offshore’ em mais de 200 países e territórios.