Um grupo de árbitros recusou aceitar os valores da tabela de prémios e outras compensações aprovados pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e pedir à Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) para renegociar com a FPF.
Reunidos em Lisboa e Porto, durante esta semana, o grupo de árbitros (árbitros, árbitros assistentes e observadores de árbitros) deliberou não aceitar os valores da tabela de prémios e outras compensações aprovada pela FPF e comunicada no final de Dezembro passado e manifestar à APAF o seu apoio para que esta negoceie nova tabela para a presente época e subsequente.
As deliberações, aprovadas na reunião do Porto (quarta-feira) por unanimidade e com aclamação, e em Lisboa (segunda-feira), sem votos contra e uma abstenção, foram hoje dadas a conhecer em comunicado pelos árbitros que consideram que ''não podem continuar a ser os parentes pobres do futebol português''.
Em causa está o facto de a FPF ter decidido suprimir a comparticipação do valor das portagens que os árbitros pagam nas deslocações, situação que levou a APAF a criticar o organismo por manter inalterados os valores ''de larga fatia das compensações'', actualizando em dois cêntimos o preço por quilómetro.
De acordo com a APAF, a nova tabela ''vai redundar num largo prejuízo para os árbitros'', que, aliás, foram igualmente ''muito prejudicados'' pela questão da fiscalidade e são vítimas de ''constantes atrasos dos pagamentos dos prémios e outras compensações''.
O grupo de árbitros sublinha ainda que, para efeitos de negociação com a FPF, aceita como ''justa, equilibrada e adequada'' a tabela que a APAF já apresentou à Federação.
Em comunicado, os árbitros solicitam ainda à APAF que, após as negociações com a FPF, realize, ''a partir de meados de Fevereiro próximo, reuniões com os árbitros, com o objectivo de se analisar o acordo que se tenha atingido'' ou para que se possa ratificar o mesmo ou para aprovar medidas de defesa dos seus interesses.
Os árbitros consideram que deve existir entre os juízes que actuam nas competições da FPF e os que actuam nas competições da Liga a maior uniformidade possível nos prémios e compensações, sobretudo na área das refeições e das deslocações.
LUSA