O presidente da FIFA, o ítalo-suíço Gianni Infantino, anunciou hoje a criação de uma comissão independente de acompanhamento das condições de trabalho na construção dos estádios para o Mundial de futebol de 2022, no Qatar.
Na primeira visita ao Qatar como líder da FIFA, Infantino disse que as condições dos trabalhadores são agora “adequadas”, após múltiplas acusações de violação dos seus direitos por parte de várias organizações, reafirmando que a competição vai, “evidentemente, realizar-se no Qatar”.
“A composição deste novo organismo será dirigida pela FIFA e integrará pessoas de todos os setores da sociedade civil”, precisou o organismo regulador do futebol mundial, em comunicado.
Colocado sob pressão por várias organizações, o Qatar já tinha anunciado a criação de um programa que visa proteger e garantir o bem-estar de milhares de trabalhadores estrangeiros.
A comissão organizadora da competição anunciou, entre outras, a aprovação de “normas de bem-estar dos trabalhadores” e de um sistema de controlo que permite aos responsáveis pela organização “verificar se todos os trabalhadores recebem o salário adequado e em tempo útil”.
A Amnistia Internacional denunciou a “exploração alarmante” dos trabalhadores estrangeiros no Qatar, em especial os de origem asiática, que a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos disse estarem a ser “tratados como animais”.
O Mundial de futebol de 2022 vai disputar-se entre 21 de novembro e 18 de dezembro, tornando-se o primeiro na história do futebol que decorrerá fora de maio, junho ou julho, para evitar as temperaturas elevadas (acima de 40º Celsius) que se registam no Qatar durante esses meses.