O avançado internacional angolano Pedro Mantorras, futebolista do Benfica, devia ter colocado novo menisco aquando da lesão sofrida na época 2003/2004, revelou hoje o clínico responsável pela operação, o espanhol Ramon Cougat.
À margem do congresso ''O desporto e os factores de crescimento'', hoje realizado no Hospital de Santo António, no Porto, Cougat disse ter aconselhado Mantorras a substituir o menisco lesionado por um oriundo de um banco de dados, mas o jogador optou por retirá-lo em definitivo, sem substituição.
''Mantorras preferiu não o fazer (colocar novo menisco). Eu aconselhei-o, mas o tempo de recuperação era de quase um ano. E ele preferiu um tempo de recuperação menor. Além disso, quando se coloca novo menisco, não se sabe com ficará, mas a média de resultados é muito boa'', disse o clínico.
O médico espanhol, ex-quadro do FC Barcelona e um dos clínicos mais conceituados nas operações a desportistas, explicou que a lesão do angolano era diferente da do futebolista camaronês Samuel Eto'o, que optou por ser suturado no menisco.
''Conversei com Eto'o e com Laporta (presidente do FC Barcelona) e, como o menisco do jogador poderia ainda ser suturado, foi assim optado. Foram lesões diferentes'', adiantou.
Ramon Cougar admitiu também estar a par da situação do jogador do Benfica - ''sobretudo através de conversas com Rodolfo Moura (fisioterapeuta)'' -, mas lamentou que Mantorras não tenha ido a Barcelona para ser analisado de novo.
''Se pode jogar 90 minutos? Não sei. Só mesmo avaliando o joelho de novo. Pedi-lhe para ele passar em Barcelona, mas ainda não aconteceu. Penso que ele tem jogado. Mas essas são, sobretudo, opções dos treinadores'', concluiu Cougat.
A conferência, na qual esteve também presente o médico da selecção portuguesa, Henrique Jones, além de outros clínicos de clubes da Liga principal, foi organizado pelo Serviço de Ortopedia do Hospital de Santo António.
LUSA