O presidente da mesa da Assembleia Geral da Académica, Alfredo Castanheira Neves, anunciou hoje a demissão da direção liderada por José Eduardo Simões e a convocação de novas eleições para o dia 11 de junho.
"No dia de ontem à noite [segunda-feira] recebi um comunicado da direção da Associação Académica de Coimbra - Organismo Autónomo de Futebol, endereçado pelo seu presidente, a transmitir a demissão da direção", disse o responsável, numa conferência de imprensa, em que José Eduardo Simões esteve a seu lado, sem responder a perguntas.
A demissão surge depois de, no sábado, várias dezenas de adeptos da Académica terem pedido a demissão da direção do clube, após o empate sem golos com o Sporting de Braga, que ditou a descida do clube de Coimbra à II Liga de futebol, após 14 épocas consecutivas no principal escalão.
O ato eleitoral vai decorrer no dia 11 de junho, entre as 10:00 e as 22:00, no Pavilhão Jorge Anjinho, sendo que as listas concorrentes deverão dar entrada na secretaria do clube até dia 27 de maio, às 20:00.
Até lá, mantém-se em funções a direção demissionária liderada por José Eduardo Simões, que remeteu comentários sobre a decisão para a AG de 19 de maio.
"A delicadeza da situação institucional e desportiva obriga-nos a todos a uma postura de equilíbrio, compreensão e incontido respeito pelos valores, pelo passado, pelo presente e pelo futuro da Académica", sublinhou Castanheira Neves, que descartou a possibilidade de se candidatar à direção.
Antes de ser conhecida a demissão da direção, o presidente da AG da ‘briosa’ já tinha convocado uma reunião magna extraordinária para o dia 19 de maio para analisar "a situação institucional e desportiva".
Segundo o advogado, na reunião todos os sócios "terão oportunidade de se pronunciar em liberdade", mas advertiu que não vai admitir "situações de menor respeito ou desrespeito seja por quem for", apelando à discussão de ideias e de projetos.
"As divergências entre todos nós são salutares, os sócios têm naturalmente perspetivas, conceções e projetos diferentes. Eu próprio fui eleito numa lista diferente da que foi eleita para a Direção e o Conselho Fiscal, e nem por isso as divergências, por vezes intensas que tivemos, nos impediram de mantermos o respeito indiscutível por perspetivas diferentes e, sobretudo, pelas pessoas", disse Castanheira Neves.