Mark Pieth, um dos juristas que promoveu o plano de reformas na FIFA, acusou hoje o presidente do organismo, Gianni Infantino, de recorrer ao “mesmo autoritarismo” do seu antecessor, Joseph Blatter.
Um dia depois da demissão de Domenico Scala da presidência da Comissão de Auditoria da FIFA, Mark Pieth, um dos colaboradores do presidente demissionário, disse à agência AFP que “caiu a máscara” a Gianni Infantino.
“[Infantinno] Está a mostrar as suas reais motivações e a sua verdadeira personalidade. Estão a regressar os piores tempos do ‘Blatterismo’. Caiu a máscara”, acusou o jurista suíço.
Domenico Scala demitiu-se do cargo em protesto contra medidas que considerou ameaçarem a independência deste órgão.
Esta decisão foi tomada depois de Gianni Infantino ter transferido para o Comité Executivo a competência de nomear ou demitir os presidentes das comissões de Ética ou Auditoria, o que, para Scala, “priva esses organismos da sua independência” e também “destrói um dos principais motivos das reformas”.
Segundo Scala, com a decisão tomada em Congresso, na Cidade do México, é possível ao Comité Executivo “interferir, a qualquer momento, nas investigações”.
Mark Pieth lembrou que as investigações do Comité de Auditoria tiveram sempre a “intervenção velada” de Blatter, sempre que apontavam para alguém próximo do ex-presidente.
O jurista insistiu que Infantinno “está a tentar ter controlo absoluto” com a decisão tomada no último Congresso.