Crónica: Benfica não ‘treme’, goleia Nacional e conquista o tricampeonato

Gaitán (23 e 65 minutos), Jonas (39) e Pizzi (90+1) fizeram os tentos do 20.º triunfo benfiquista nos últimos 21 jogos da prova, enquanto Salvador Agra apontou o golo solitário dos insulares no estádio da Luz, em Lisboa, aos 90+1.

Os ‘encarnados’, que ‘agarraram’ a liderança à 25.ª jornada, com um triunfo em Alvalade, não cederam na ronda decisiva e preservaram a vantagem de dois pontos sobre o rival Sporting, que também venceu em Braga (4-0), conquistando o 35.º troféu de campeão nacional e o primeiro ‘tri’ desde 1977, tendo agora quase o dobro dos títulos dos ‘leões’ (18).

Sem os castigados Eliseu e Renato Sanches, o técnico Rui Vitória lançou o espanhol Grimaldo e o brasileiro Talisca no ‘onze’ titular benfiquista, do qual voltou a fazer igualmente parte o argentino Gaitán, que tinha falhado a partida com o Marítimo, por lesão.

Do lado do Nacional, Manuel Machado viu-se privado dos médios Aly Ghazal, Wyllian e Román, e ofereceu a titularidade a Nuno Campos e Mauro.

As ‘águias’ entraram a todo o ‘gás’ no encontro, procurando chegar rapidamente ao golo inaugural, mas, talvez pela normal ansiedade neste tipo de encontros, ia revelando dificuldades na definição das jogadas ofensivas, sobretudo nos últimos 30 metros.

Por seu lado, o Nacional ia tentando aproveitar os espaços concedidos pelo meio-campo ‘encarnado’ e, aos 10 minutos, Salvador Agra quase ‘gelou’ os 65.000 espetadores que encheram a Luz, num remate que saiu ao lado, após combinação com Mauro.

Pouco depois, os madeirenses queixaram-se de uma grande penalidade não assinalada a seu favor, por mão de Talisca dentro da área, mas o árbitro Nuno Almeida mandou seguir e não castigou a má abordagem ao lance por parte do brasileiro.

O Benfica chegaria à passagem dos 20 minutos, com Pizzi a surgir dentro da área e a cruzar para o segundo poste, mas nem Mitroglou nem Jonas chegaram a tempo de desviar com sucesso.

Por esta altura, o Sporting colocava-se na frente do marcador em Braga e, por conseguinte, na liderança provisória do campeonato, só que, quase ao mesmo tempo, Gaitán fazia ‘explodir’ a Luz: Boubacar ainda evitou a finalização de Pizzi, mas o internacional argentino ficou com a bola à mercê e não perdoou na recarga.

Nesse momento, as ‘bancadas’ respiraram de alívio, mas também a formação da Luz conseguiu assentar o seu jogo, ficando perto de novo golo, quando Jonas desperdiçou soberana situação, após trabalho de Grimaldo e Gaitán.

O ‘artilheiro’ benfiquista, que tinha ficado em ‘branco’ nas três partidas anteriores, viria a redimir-se a cinco minutos do intervalo, na sequência de um passe milimétrico de Gaitán, que deixou o avançado na ‘cara’ de Gottardi para reforçar o estatuto de ‘rei’ dos marcadores, com o 32.º tento no campeonato.

Nos instantes iniciais da etapa complementar, Mitroglou quase fez o terceiro tento dos ‘encarnados’, antes de Lindelöf se revelar decisivo para manter a baliza de Ederson inviolável, com um corte determinante na pequena área.

Apesar da vantagem, o Benfica nunca ‘relaxou’ e, aos 65 minutos, Gaitán voltou a estar no sítio certo e à hora certa, aumentando a contagem em nova recarga, após Mitroglou ter cabeceado à barra.

Com este golo, e salvo qualquer hecatombe, o tricampeonato passava a ser uma realidade para a formação da Luz, que ainda chegou ao quarto golo, por intermédio de Pizzi, numa altura em que Paulo Lopes já tinha substituído Ederson na baliza ‘encarnada’.

A entrada de Paulo Lopes foi, de resto, um pedido unânime dos adeptos e nem o tento de Salvador Agra, em tempo de compensação, ‘manchou’ a estreia do experiente guardião na presente edição da I Liga.