O FC Porto fez um percurso dececionante na edição 2015/16 da I Liga portuguesa de futebol, com ilustra o terceiro lugar, muito longe dos rivais e com o segundo pior registo de perda de pontos do século.
Além de ter ficado aquém do objetivo principal, a equipa passou por vicissitudes e mudanças que abalaram o plantel, a confiança dos adeptos e até a estrutura diretiva, alvo de críticas mediáticas, logo no ano em que havia convencido o ‘galáctico’ Iker Casillas a juntar-se aos ‘dragões’.
Com o internacional espanhol, chegaram o uruguaio e ex-benfiquista Máxi Pereira, os mexicanos Miguel Layún e Jesús Corona, Danilo Pereira e o regressado André André, para colmatar saídas importantes como as do colombiano Jackson Martinez, do espanhol Óliver Torres e dos brasileiros Danilo, Alex Sandro e Casemiro.
O defesa esquerdo mexicano cotou-se como o melhor reforço e foi um dos mais valiosos elementos do plantel, responsável por quatro golos e 15 assistências, cotando-se como o melhor do campeonato nesse particular.
A meio da época, a SAD portista deixou sair o extremo Cristian Tello, ‘livrou-se’ do italo-argentino Pablo Osvaldo e sentiu-se obrigada a libertar o central Maicon da pressão provocada por uma exibição falhada numa das três derrotas caseiras, com culpa nos dois golos do Arouca (1-2), perdendo assim um dos elementos de quem se esperava, também, que fosse uma voz de comando em campo, algo que terá faltado ao combinado 'azul e branco'.
As chegadas de Marega e José Sá (Marítimo) e Suk (Vitória de Setúbal), pouco trouxeram, em termos de rendimento coletivo, até porque a melhor série de vitórias portistas, na época, aconteceu entre 08 de novembro e 20 de dezembro de 2015, num total de seis jogos, ainda com o treinador Julen Lopetegui.
Nem a ‘chicotada’ na viragem do campeonato, a um ponto do líder Sporting, funcionou: o técnico espanhol terminou a meio a que seria sua segunda época no FC Porto, despedido a 08 de janeiro, após um empate caseiro frente ao Rio Ave (1-1), na penúltima jornada da primeira volta, antecedida pela perda da liderança, na ronda anterior, onde registou a primeira derrota no campeonato, em Alvalade, por 2-0.
Seguiu-se Rui Barros, interinamente, mas a ‘malapata’ já estava instalada e assim prosseguiu, já com José Peseiro, derrotado no Dragão, ao seu terceiro jogo no banco, pelo Arouca (1-2), na que foi a primeira de três derrotas ‘na cara’ dos adeptos (Tondela por 1-2 e Sporting por 1-3).
Há 15 temporadas que o FC Porto não ficava três anos sem conquistar um título nacional, sendo que a atual foi uma das três piores desde o início do século, com os ‘dragões’ a averbarem quatro empates e sete derrotas, a exemplo de 2013/14 (também terceiros) e um pouco melhor do que 2001/02 (terceiro lugar), com cinco empates e oito derrotas.
A propósito, desde o regresso às faixas de campeão (1977/78 e 78/79) pelas ‘mãos’ da dupla Pinto da Costa (dirigente do futebol) e José Maria Pedroto (treinador), que ‘resgataram’ o título para o clube depois de 19 anos de jejum, os portistas apenas estiveram duas vezes arredados do primeiro lugar por três anos consecutivos.
As cinco temporadas de 1979 a 1984 (três para o Benfica e dois para o Sporting) e as três entre 1999 e 2002 (dois para o Sporting e um para o Boavista) são as duas únicas interrupções iguais ou superiores a três temporadas sem vitórias dos ‘dragões’.