Fernando Gomes apresentou hoje, em Lisboa, o seu programa eleitoral e os 100 compromissos que integram a sua recandidatura às eleições da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para o quadriénio de 2016-2020.
“Nesta matéria não há dois caminhos. Há apenas um. A lei 50/2007, que rege a corrupção na atividade desportiva tem limites penais ridículos, penalizando de forma mais violenta o atleta, tantas vezes o elo mais fraco da teia criminosa, que é estranha ao fenómeno desportivo”, sublinhou o atual líder federativo, que assumiu o cargo em dezembro de 2011 sucedendo a Gilberto Madaíl.
Em cerimónia realizada na sede do Comité Olímpico de Portugal (COP), o único candidato à presidência acrescentou que a FPF defende que a lei deve ser revista imediatamente, passando a ser equivalente a qualquer outro ato de corrupção aquele que acontecer no fenómeno desportivo.
"Corrupção é corrupção seja no desporto, nas empresas, no setor privado ou no setor público. Vamos bater-nos para que esta prioridade seja real interagindo com os partidos políticos a quem compete legislar", acentuou o antigo presidente da Liga de clubes.
Na área da transparência e credibilidade, há passos que Fernando Gomes também quer implementar, nomeadamente "rever o modelo de governação da FPF, propor a criação de um Conselho de Supervisão formado por personalidades independentes do futebol, publicar todas as deliberações da direção da FPF e a sua fundamentação e publicar todos os acórdãos dos órgãos disciplinares no cumprimento dos limites legais".
Relativamente o sensível setor da arbitragem, o candidato quer romper com o passado, propondo "publicar os relatórios dos árbitros das competições profissionais e não profissionais após cada jornada e rever o modelo de observação e classificação da arbitragem".
E também promete avançar para a implementação experimental do vídeo-árbitro na próxima edição da Supertaça Cândido de Oliveira, fazendo o mesmo com os jogos da Taça de Portugal, a partir dos quartos de final já na próxima temporada.
Fernando Gomes também traçou algumas importantes metas desportivas a alcançar pela FPF.
"Queremos atingir 200 mil praticantes federados desportivos de futebol e futsal, ou seja, mais 20% do que temos hoje; duplicar o número de atletas femininas federadas, chegando às 15 mil; vencer pelo menos uma competição internacional nos próximos quatro anos e manter a seleção A no ‘top’ 10 mundial", proclamou Fernando Gomes.
O dirigente prometeu que a FPF não deixará de estar atenta a todas as possibilidades de organização de competições internacionais em Portugal. "E, antes de terminar, assumo um compromisso claro. A federação tudo fará para edificar um pavilhão para as seleções no espaço da Cidade do Futebol, em Oeiras", concluiu.
À margem da apresentação, o presidente do COP não confirmou os rumores de que alguns clubes portugueses estariam a dificultar a cedência de futebolistas à seleção olímpica. "Não tenho conhecimento de nada. Ao Comité Olímpico ainda não chegou qualquer informação nesse sentido", garantiu José Manuel Constantino.