O grupo chinês especializado no retalho de eletrodomésticos Suning anuncia hoje a compra de uma participação maioritária no clube italiano de futebol Inter de Milão, segundo o diretor da Associação de Futebol da China.
Em declarações ao portal de notícias Sina.com, Cai Zhenhua afirmou que ambas as partes "vão anunciar o acordo numa conferência de imprensa marcada para hoje".
O grupo, fundado em 1990 por Zhang Jindong, um dos homens mais ricos da Ásia e membro do principal órgão de consulta do Governo e do Partido Comunista da China (PCC), deverá adquirir quase 70% da equipa italiana.
Segundo Cai, o investimento do Suning é de "grande significado" para os planos da China em se tornar uma potência futebolística.
"Penso que esta cooperação é muito importante, porque o Suning estabeleceu uma ponte entre a China e um dos maiores clubes de Itália", afirmou.
Em dezembro passado, o retalhista chinês comprou o Jiangsu Sainty, nono classificado da Superliga chinesa, a uma empresa de têxteis com o mesmo nome, e 'batizou-o' de Jiangsu Suning.
No início do ano, o clube contratou os brasileiros Alex Teixeira, por 50 milhões de euros, e Ramires, por 30 milhões, a primeira e terceira contratação mais cara de sempre na China, respetivamente.
Curiosamente, um outro consórcio de investidores chineses está interessado em adquirir 70% da outra equipa de Milão, o AC Milan, uma participação detida há 30 anos pelo antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
A entrada de grandes grupos chineses no futebol coincide com o desejo de Pequim de converter o país numa potência futebolística à altura do seu poder económico e militar.
O presidente chinês, Xi Jinping, assumiu já o desejo de ver a China qualificar-se para a fase final de um Mundial, organizar um campeonato do mundo e um dia vencê-lo.
Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos da América, a China figura em 82.º no 'ranking' da FIFA, atrás de muitas pequenas nações em vias de desenvolvimento.