Declarações de Fernando Santos após o encontro entre as seleções de Portugal e de França, relativo à final do Euro2016 de futebol, que a equipa das 'quinas' venceu por 1-0, após prolongamento.
«Ninguém é campeão quando ganha só um jogo.
O jogo teve essa incidência. Sempre disse que o Cristiano [Ronaldo] era uma peça decisiva no jogo de Portugal e que seria uma utopia não usar toda a sua mais-valia nesta equipa, mas também sempre disse que, independentemente disso, éramos uma equipa.
É o triunfo da equipa, da realidade. Sempre procurei ser muito honesto e muito sério com os meus jogadores e disse-lhes que tínhamos grande talento e qualidade, e que isso iria marcar a diferença, mas que, acima de tudo, teríamos de ser uma grande equipa. Felizmente tenho um grupo de jogadores fantásticos, estes que aqui estão e os que aqui não estão, mas que foram importantíssimos neste percurso. A minha grande homenagem a todos eles, porque acreditaram naquilo que lhes disse desde o início.
Esta é uma vitória de Portugal, daqueles que nos acompanharam sempre em Portugal, mas muito também dos que nos acompanharam aqui. A saída hoje de Marcoussis foi fantástica. Isto enche a alma de todos.
O nosso capitão fez um esforço fantástico ao longo desta prova e, mesmo sendo criticado, demonstrou um espírito de equipa fantástico. Tentou voltar ao jogo, mas não conseguiu e a sua presença no balneários e, depois, no banco foi importantíssima. Ele acreditava tanto como eu que hoje era o nosso dia.
Logo quando o Cristiano saiu, pensei em colocar o Éder. Depois, com o decorrer do jogo percebi que era importante ter alguém que segurasse a bola na frente e que permitisse que a equipa subisse. A aposta foi correta e, quando o chamei, ele teve uma frase fantástica. Disse-me que ia fazer golo. O ‘patinho feio’ tornou-se bonito.
Portugal teve fantásticos jogadores e fantásticas equipas, mas em alguns momentos não teve sorte.
Não podemos fazer futurologia, mas temos de acreditar no talento e na determinação e que Portugal pode enfrentar esses novos desafios [Campeonato do Mundo].
Não entendo essa questão do ‘bad guy’, que significa má pessoa. O Pepe tem uma paixão enorme e entrega ao jogo. Vejo tantos jogadores que deixam tudo em campo e não são tratados desta forma. Mas, graças a Deus, conseguiu ser campeão da Europa.
O Rui Patrício esteve irrepreensível durante o torneio, como todos os outros, e hoje voltou a ser decisivo.
Se calhar foi o final perfeito, foi a cereja no topo do bolo. Portugal foi campeão da Europa e o Éder fez o golo.
Ao intervalo disse aos jogadores para levantarem a cabecinha e que este jogo ia ser nosso. Disse-lhes que íamos mudar um pouco a nossa estratégia, ter mais posse de bola e obrigar os franceses a correr mais, para depois decidirmos o jogo.
[Falta de Payet sobre Cristiano Ronaldo] Ficou qualquer coisa por mostrar. Respeito muito as equipas de arbitragem, mas acho que ficou qualquer coisa por mostrar naquele lance. E nem foi marcada falta.
[O provérbio do jogo] Fomos simples como as pombas e prudentes como as serpentes.
A todos os gregos muito obrigado. Estão sempre no meu coração.»