O Benfica, com poucas - mas relevantes - ‘mexidas’ na equipa titular, parte como principal favorito à revalidação do título português de futebol, numa época em que procura quebrar a tradição e conquistar o primeiro tetracampeonato da história centenária.
Apesar de ser o recordista de títulos do escalão principal do futebol português, com 35 troféus conquistados, o clube lisboeta nunca foi capaz de se impor em quatro edições consecutivas, ao contrário dos rivais Sporting (um ‘tetra’) e FC Porto (um ‘tetra’ e um ‘penta’).
O Benfica já fez cinco tangentes ao tetracampeonato, mas foi sempre interrompido pelos dois maiores adversários na luta pelo cetro desta época: o FC Porto, nas séries entre 1936 e 1938 e entre 1975 e 1977, e o Sporting, após três tricampeonatos consecutivos (1963 a 1965, 1967 a 1969 e 1971 a 1973).
Para atacar o inédito ‘tetra’, o Benfica manteve a base da equipa campeã nacional e Rui Vitória como treinador principal, depois de na última temporada ter passado com distinção a ‘prova de fogo’ de substituir Jorge Jesus, que trocou a Luz por Alvalade após a conquista de três títulos em seis anos.
No sábado, quando subir ao relvado do estádio do Tondela, para se estrear na Liga 2016/17, o Benfica deverá apresentar apenas duas alterações relativamente à equipa-tipo da época anterior, se se excluir a opção por Júlio César na baliza e Luisão no centro da defesa, em substituição dos lesionados Ederson e Jardel.
O extremo argentino Franco Cervi e o médio André Horta parecem ser os escolhidos para compensar as saídas de Nico Gaitán, transferido para o Atlético de Madrid por 25 milhões de euros (ME), e Renato Sanches, que rumou ao Bayern Munique por 35 ME (mais 45 ME dependentes da concretização de objetivos).
Renato Sanches, cuja saída para a Alemanha representou a transferência mais cara de um futebolista português para o estrangeiro, foi um dos elementos mais influentes no momento de viragem da última temporada – após um arranque titubeante -, que começou, precisamente, com uma goleada por 4-0 ao Arouca.
No ataque, a equipa lisboeta manteve o brasileiro Jonas, melhor marcador da Liga na época passada, com 32 golos, e exerceu o direito de opção contratual de Mitroglou, segurando até 2020 o avançado grego, terceiro ‘artilheiro’ do campeonato, com 20 remates certeiros.
Jonas manteve a pontaria afinada e no domingo já fez o ‘gosto ao pé’ na vitória por 3-0 sobre o Sporting de Braga, na final da Supertaça, num jogo bem mais difícil do que o resultado deixa perceber e em que Cervi se estreou a marcar com a camisola encarnada, tendo Pizzi fechado a contagem.
O argentino parece ter ganhado vantagem sobre o peruano Carrillo, desviado ao Sporting a custo zero, mas é possível que o plantel benfiquista sofra alterações até ao fecho do mercado de transferências, uma vez que tem vários jogadores no ‘radar’ de algumas grandes europeus, com destaque para o defesa sueco Victor Lindelöf.
Ao contrário do que sucedeu na atribulada pré-época do ano anterior, que teve passagens pelo Canadá, Estados Unidos e México e culminou com a derrota na Supertaça frente ao Sporting (1-0), o Benfica não saiu da Europa, tendo perdido dois dos oito jogos disputados, com o Sheffield Wednesday e o Lyon, vencido quatro e empatado dois.