O esloveno Aleksander Ceferin emergiu do anonimato absoluto para assumir o segundo cargo mais importante do futebol mundial, o de presidente da UEFA, para o qual foi hoje eleito por larga maioria.
Ceferin, presidente da Federação Eslovena de Futebol e que contou com o apoio do organismo federativo português, derrotou o holandês Michel van Praag por 42 votos contra 13, sucedendo ao francês Michel Platini, implicado no escândalo de corrupção que fez estremecer os alicerces da FIFA.
O dirigente esloveno, de 48 anos, natural de Grosuplje, a 20 quilómetros de Ljubljana, terá de contrariar a ideia lançada pelos opositores de que lhe falta experiência em funções de topo do futebol internacional, mas tem a seu favor uma reputação de competência, e, acima de tudo, de integridade.
Para isso, contribuiu o facto de, como advogado, ter continuado a tradição paterna de defender sem custos as vítimas de violação dos direitos humanos na Eslovénia, onde, em contraponto com o cenário futebolístico europeu, é, há muito tempo, uma figura pública.
Apenas cinco anos após ter assumido a presidência da federação eslovena, em 2011, Ceferin foi eleito sétimo presidente da UEFA, no congresso extraordinário realizado em Atenas, numa altura em que o organismo regulador do futebol europeu procura recuperar a abalada imagem.
Ao rejeitar o experiente Van Praag, presidente da Federação Holandesa e figura de proa do futebol continental, 20 anos mais velho (68), a UEFA deu um sinal de rotura com o passado recente, ‘manchado’ pela suspensão de Michel Platini, que hoje se despediu “de consciência tranquila”.
Ceferin vai cumprir um mandato de dois anos e meio, período que restava ao dirigente francês, suspenso por quatro anos de toda a atividade ligada ao futebol e que se demitiu em maio deste ano do cargo que ocupava desde 2007, quando sucedeu ao sueco Lennart Johansson, que foi presidente durante 17 anos.
Utilizando como divisa do programa de candidatura a frase “criando o equilibro perfeito”, o esloveno é visto como a pessoa indicada para conciliar os interesses os grandes e pequenos clubes e federações, ainda que alguns emblemas mais poderosos temam que possa reduzir a sua influência.