O espanhol Alejandro Agag, diretor-executivo do Mundial Fórmula E, saiu em defesa do campeonato de carros elétricos, que começa no domingo, em Hong Kong, e rejeitou comparações com a Fórmula 1.
Em entrevista à agência AFP, Agag lembra que a prova, que segue para a terceira edição e que terá um português nas pistas, António Félix da Costa (Andretti Autosport), tem cativado mais marcas e que pode ser o futuro do desporto automóvel.
Construtoras como a Renault, Jaguar, Audi e BMW já se associaram ao Mundial, enquanto a Mercedes prevê fazer o mesmo em 2018. “O objetivo da Fórmula E é mudar a perceção que muitos têm ainda sobre os carros elétricos e motivar as pessoas a comprar carros movidos a eletricidade”, explicou Alejandro Agag.
Neste sentido, a escolha da poluída Hong Kong para ‘rampa de lançamento’ da terceira edição do Mundial de Fórmula E não foi inocente. “Uma das soluções para o problema da poluição numa cidade é ter carros elétricos. Se as cidades tiverem apenas carros elétricos, a poluição seria muito inferior e a qualidade de vida bastante melhor”, sublinhou o diretor-executivo da competição.
A ‘rival’ Fórmula 1 tem apostado cada vez mais no mercado asiático. Em 2016, o Mundial passa por quatro países daquele continente (China, Singapura, Malásia e Japão), um investimento que começa a ser agora promovido pela Fórmula E, embora Alejandro Agag rejeite comparações.
Hong Kong será mesmo a única das 12 etapas deste Mundial em solo asiático, mas a mensagem ecológica acaba por ser reforçada pela escolha de uma cidade bastante poluída.
“A Fórmula E é totalmente diferente nos conceitos e na tecnologia. Escolhemos Hong Kong para o arranque do Mundial de 2016 para promover os valores de sustentabilidade e para uma cidade mais limpa”, destacou.
O responsável lembra que o combustível da Fórmula 1 é cada vez mais poluente com a evolução da tecnologia daqueles bólides, graças ao reforço de octanas na gasolina usada, o fator que distingue radicalmente as duas competições.