O avançado benfiquista Nuno Gomes cumpre sábado na Luz, no ''clássico'' da 23ª jornada da Liga portuguesa de futebol, frente ao FC Porto, o número ''redondo'' de 300 jogos no campeonato nacional, mais de 12 anos após a estreia.
Ainda como jogador do Boavista, Nuno Miguel Soares Pereira Ribeiro, que juntou o ''Gomes'' face à sua adoração pelo ex-ponta-de- lança do FC Porto, fez o seu primeiro jogo na primeira divisão a 18 de Setembro de 1994, num embate caseiro com o Estrela da Amadora (2-1).
Então com 18 anos, o jovem jogador, já muitas vezes internacional nas camadas jovens lusas, foi lançado às ''feras'' pelo treinador Manuel José, ficando-se por um único golo no campeonato de 1994/95 (3-1 ao União da Madeira, a 20 de Novembro de 1994).
Na mesma temporada, Nuno Gomes brilhou ao serviço da selecção portuguesa de sub-20, que ajudou a conquistar o ''bronze'' no Mundial do Qatar, em 2005, ao apontar quatro tentos, incluindo o que valeu, aos 81 minutos, o triunfo sobre a Espanha (3-2), no jogo de consolação.
Em 1995/96, o avançado começou a ser mais utilizado (28 jogos e sete golos) e impôs-se em definitivo em 96/97 (34 jogos e 15 golos), despertando a cobiça do Benfica, que o foi ''roubar'' ao Bessa: já depois de assinar, ainda ''tramou'' os ''encarnados'', ao apontar um dos três golos do Boavista na final da Taça de Portugal (3-2).
Na Luz, onde chegou com 21 anos, afirmou-se de imediato, falhando apenas um jogo do campeonato em três épocas (cumpriu 101 encontros, nos quais apontou 60 tentos, entre 1997/98 e 1999/2000), merecendo destaque os 24 golos de 1998/99.
No final de 1999/2000, já era presença habitual na selecção ''AA'', mas só no Euro2000 chegou, um pouco por acaso (lesão de Sá Pinto e impedimento de Pauleta), à titularidade, que justificou em pleno, com quatro golos na fase final (terceiro melhor marcador).
Nuno Gomes brilhou em terras holandesas e belgas e foi, sem espanto, que depois de ainda ser apresentado na Luz como o novo ''herói'', face ao ''adeus'' de João Pinto, foi contratado pela Fiorentina, que já tinha ''roubado'' Rui Costa, seis anos antes.
Depois de dois anos no ''Calcio'', onde ajudou a equipa de Florença a vencer uma Taça de Itália (marcou na final), Nuno Gomes acabou por regressar em 2002/2003 ao Benfica, clube em que ainda se mantém, mas sem conseguir ser o goleador da primeira passagem.
Ainda assim, e face à sua capacidade de trabalho e à habilidade pouco comum - num ponta-de-lança - de assistir os companheiros, Nuno Gomes tem sido quase sempre titular, sem deixar de marcar golos, muitos deles determinantes.
Face ao FC Porto, ainda não marcou na Luz, mas ''facturou'' nos dois últimos jogos no Dragão: ''bisou'' a época passada, no primeiro triunfo do Benfica (2-0) desde o ''célebre'' jogo de 1991/92 (''bis'' de César Brito), e esta época também facturou no desaire por 3-2.
Com 299 jogos no campeonato, Nuno Gomes prepara-se para ''apagar'' as 300 ''velas'' domingo, num jogo que pode valer a liderança ao Benfica, pelo que, mais do que ninguém, tem razões para querer ser ele a marcar, se possível mais um golo para a história.
LUSA