O antigo treinador Barry Bennell, no centro de um escândalo que está a abalar o futebol inglês, foi hoje acusado de oito crimes de abuso de um menor com idade inferior a 14 anos, indicou fonte judicial.
Bennell, que já cumpriu três sentenças de prisão por crimes sexuais contra crianças, enfrenta agora novas acusações relativas a um período de três décadas com início em 1970, apresentadas por pelo menos 20 antigos futebolistas com quem se cruzou no Crewe Alexandra, Manchester City e Stoke City.
“Após uma análise à prova, Barry Bennell, de 62 anos, foi hoje acusado de oito crimes de abuso de um menor com idade inferior a 14 anos”, refere em comunicado a procuradoria inglesa.
O antigo técnico será presente a tribunal a 14 de dezembro.
Ao todo são sete as esquadras de polícias inglesas que estão a investigar as acusações contra Bennell, um escândalo que o presidente da federação inglesa de futebol (FA), Greg Clarke, já qualificou como “a maior crise” de que há memória no futebol inglês.
Na semana passada, Greg Clarke assumiu como “prioridade” da FA evitar que haja uma “nova geração de vítimas” de abusos sexuais nos escalões de formação do país.
“Quero deixar claro que partilho a dor das vítimas. Vamos investigar estes casos para que não haja uma nova geração de vítimas e para que aqueles que sofreram recebam uma verdadeira ajuda”, disse, no estádio de Wembley, em Londres.
O dirigente falava ao lado de Andy Woodward, o primeiro futebolista a admitir que foi vítima de abusos sexuais nos primeiros anos da carreira, confissão que foi seguida de várias outras de diversos jogadores em diferentes pontos do país, num escândalo que tem abalado a modalidade.
“Temos dois objetivos prioritários: assegurarmos de que as vítimas se sintam seguras na hora de denunciar estes factos e fazer todos os possíveis para que não haja uma nova geração de vítimas”, reiterou.
Greg Clarke revelou que a FA tem colaborado com a polícia e refuta a ideia de que esta ação vise “proteger a reputação do futebol”, afiançando que se trata apenas de “ajudar as vítimas e garantir que não haja mais".