O piloto britânico de Fórmula 1 Lewis Hamilton, colega de equipa na Mercedes e rival de Nico Rosberg, disse hoje estar "triste", mas não surpreendido, com a decisão do alemão de se retirar do desporto.
Nico Rosberg, que há cinco dias se sagrou campeão do mundo de Fórmula 1 pela Mercedes, anunciou hoje a sua decisão de pôr termo à sua carreira, justificando-a com a "vontade de dedicar mais tempo à família".
Em Viena, Hamilton disse ao autosport.com que era "uma das únicas pessoas para quem a decisão não foi uma surpresa", uma vez que se conhecem desde os 13 anos e eram bons amigos até a relação esfriar quando se juntaram na Mercedes.
"Vai ser muito estranho, e vai ser triste não o ter na equipa para o ano. O desporto vai sentir falta dele e desejo-lhe o melhor", atirou o britânico, que este ano lutou até à última corrida, no Dubai, que venceu, pelo campeonato que acabaria nas mãos do colega de equipa.
A rivalidade escalou até à última prova do ano, antes da qual os dois pilotos não se cumprimentaram, sendo que durante a corrida o britânico reduziu deliberadamente a velocidade para que Rosberg, que seguia em segundo, sentisse dificuldades em segurar o pódio que lhe garantiu o título mundial.
O presidente da Federação Internacional Automóvel (FIA), Jean Hodt, revelou estar "muito surpreendido, como toda a gente".
"Rosberg demonstrou no último ano que é muito corajoso. Falo com muita emoção, porque o conheço desde criança", acrescentou o francês, que liderava a Peugeot quando o pai de Nico, Keke Rosberg, campeão do mundo em 1982, era piloto da equipa.
O diretor desportivo da Mercedes, o austríaco Niki Lauda, também se manifestou surpreendido, porque "nada o anunciara", explicou ao canal alemão n-tv.
Quanto à sucessão do campeão mundial, Lauda revelou que "não existe um plano B", mas que "há que respeitar a decisão, que é pessoal", embora tenha tentado demover o piloto de se retirar.
Rosberg abandona a F1 depois do campeonato conquistado há cinco dias, igualando o feito do pai, e de uma carreira com 23 vitórias em corridas e 30 'pole positions'.
À EFE, o antigo piloto de F1 Pedro de la Rosa viu a retirada como um sinal de que o alemão, de 34 anos, "não desfrutou dos momentos em que se luta por um mundial" e de que a saída se deve à "pressão" do desporto.