Declarações no final do encontro Desportivo de Chaves-Moreirense (2-1), da 13.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol.
Jorge Simão (treinador do Desportivo de Chaves): “A leitura que eu queria que ficasse do jogo é que esta foi uma vitória conseguida com muito sacrífico e, acima de tudo, com espírito de superação enorme. Acho que é isso que deve ser enaltecido no dia de hoje.
Somámos três pontos, três pontos muito importantes, batemos 19 pontos e ficam-nos a faltar 21. Para mim esta é a leitura do jogo de hoje.
Acho que o Moreirense é uma boa equipa, que coloca muitos problemas ao adversário. Aquele tridente ofensivo coloca muitos problemas às outras equipas, porque são belíssimos jogadores. Acho que todas as equipas do campeonato têm bons jogadores, portanto, não foi novidade o que eles fizeram aqui hoje”.
Augusto Inácio (treinador do Moreirense): “Diria que foi um bom jogo. O Moreirense apresentou-se aqui muito bem, uma equipa muito desinibida, muito compacta, muito serena.
O golo que o Chaves marcou já era injusto para o futebol produzido pelas duas equipas. Trememos um bocado, mas reagimos e fizemos golo, sempre com um futebol muito personalizado e ligado.
Esperávamos a reação do Chaves na segunda parte, mas pegámos no jogo outra vez e, quando esperávamos que houvesse novo golo do Moreirense - tivemos várias oportunidades, algumas isoladas - acabámos por perder o jogo sem saber ler nem escrever.
O empate já era penalizador, mas a derrota custou. Olhando para esta equipa e para o estilo de jogo que quero, os jogadores ainda não estão preparados para o tempo todo do jogo, mas isto não é uma crítica para o antigo treinador. Para o meu estilo de jogo, não conseguem acompanhar aquilo que pretendo. O Boateng sai com cãibras e o Dramé também. Há jogadores importantes da equipa que ainda lhes falta alguma coisa para renderem mais.
Da mesma maneira que não aceitei o primeiro golo, também não aceitei o segundo. Não tiro mérito ao Chaves, que aproveitou bem e foi pragmático na finalização. Parabéns ao Chaves pelo campeonato que está a fazer, mas foi uma prenda de Natal este resultado e de todo não é justo.
Não há vitórias morais, mas há indicadores de que o Moreirense está uma equipa a ficar cada vez mais personalizada e confiante, mas precisa de vitórias, pois de vitórias morais não gosto muito.
Nota-se que a equipa quer e trabalha. Falta-nos finalização e melhor capacidade para definir, talvez devido ao cansaço que falo, falta o discernimento necessário para finalizar.
O Moreirense está numa situação complicada e difícil. Já sabia que era assim quando vim para aqui, mas esta qualidade de jogo que temos e o espírito que estamos a criar dá-me alento e esperança. É possível fazer um belíssimo campeonato”.