O Beira-Mar atrasou hoje o Benfica na corrida ao título português de futebol, ao empatar 2-2 num jogo emotivo da 24ª jornada, em que os lisboetas foram salvos por uma grande penalidade controversa, marcada por Simão aos 93 minutos.
O encontro de Aveiro ficou também marcado por um golo mal anulado ao avançado ''encarnado'' Nuno Gomes, logo no primeiro minuto, mas o lance que poderia ter alterado o rumo dos acontecimentos foi invalidado por fora-de-jogo inexistente.
Já em período de compensação, o árbitro Lucílio Baptista assinalou um castigo máximo por alegada falta de Ricardo sobre Simão (que originou o empate), numa decisão que motivou vivos protestos dos aveirenses, pois o avançado do Benfica parece ter simulado.
Com este resultado, que não interessou a qualquer dos intervenientes, o Benfica fica a três pontos do líder FC Porto e com apenas um de vantagem sobre o Sporting, enquanto o Beira-Mar partilha com o Desportivo das Aves do último lugar.
O Beira-Mar abriu a contagem aos 23 minutos, por intermédio de Ratinho, e o Benfica apenas empatou aos 83, pelo suplente Mantorras, mas Delibasic recolocou os locais na frente, aos 87, antes do tento de Simão, que se juntou a Hélder Postiga (FC Porto) na liderança dos melhores marcadores da prova, com 11 remates certeiros.
A jogar em ''casa'' - os benfiquistas lotaram as bancadas - o Benfica (vinha de cinco triunfos consecutivos fora) só se pode queixar de si próprio, pois foi perdulário no primeiro tempo e, no segundo, não teve engenho para fazer ruir a muralha defensiva contrária.
Sem ganhar há seis desafios, o Beira-Mar foi muito eficaz e justificou o ponto pelo empenho e determinação que demonstrou, mas ficou com o sabor amargo dos golos adversários terem nascido de erros próprios, nos últimos minutos.
Decidido a resolver cedo a partida, o Benfica instalou-se no meio campo adversário, num domínio avassalador ao qual faltaram ''asas'', pois o seu futebol foi muito disputado pelo centro do terreno, facilitando o trabalho à defensiva aveirense.
O Beira-Mar, que se limitava a destruir jogo, chegou ao golo na primeira vez que entrou na área, aos 23 minutos: David Luis e Anderson atrapalharam-se e a bola sobrou para Delibasic, que assistiu o remate vitorioso de Ratinho.
Injustiçados pelo resultado, os benfiquistas intensificaram a pressão e dispuseram de boas oportunidades para marcar, a primeira das quais em lance individual de Simão (30 minutos), que levantou a bola sobre dois adversários, mas, na cara do guarda-redes, atirou por cima.
Simão e Nuno Gomes foram os mais perdulários na fase de maior assédio ''encarnado'', pois, ou erravam o alvo, ou, quando acertavam, não conseguiam ultrapassar o guarda-redes Eduardo, para desespero dos muitos milhares de adeptos.
Ao intervalo, o resultado penalizava a falta de eficácia do Benfica, que regressou ao jogo já com Rui Costa (saiu Karagounis) e determinado a marcar, embora os primeiros remates perigosos tenham pertencido ao adversário: Delibasic (52 minutos) e Devic (55).
Face às dificuldades em encontrar espaços, pois os locais defendiam com 11 jogadores atrás da bola, Fernando Santos arriscou em Derlei (prescindiu do central Anderson), mas o Benfica continuou sem revelar imaginação, apesar de Simão (75) ter beneficiado de espaço na área, mas atirou à figura.
O ''salvador'' Mantorras entrou a dez minutos do fim e precisou de apenas três minutos para empatar, aos 83, aproveitando as cerimónias defensivas contrárias para ficar com a bola e rematar cruzado.
O empate empolgou os jogadores do Benfica, mas estes pareceram esquecer-se que a sua defesa estava descompensada e, o Beira-Mar voltou a marcar aos 87 minutos, em contra-ataque, com Matheus a cruzar para a antecipação de cabeça de Delibasic.
Quando a surpreendente derrota benfiquista parecia inevitável, Simão disputou a bola com Ricardo e Lucílio Baptista assinalou grande penalidade que pareceu não existir, mas o próprio ''capitão'' converteu (2-2), minorando os estragos.
LUSA