O Benfica empatou hoje 0-0 com o Espanyol de Barcelona e falhou o apuramento para as meias-finais da Taça UEFA em futebol, em encontro da segunda mão dos quartos-de-final da prova, disputado em Lisboa.
Como na temporada passada, os ''encarnados'' despedem-se das provas europeias frente a uma equipa catalã, depois do FC Barcelona, também nos quartos-de-final, mas da Liga dos Campeões, cifrando-se em quatro as eliminações frente a espanhóis em seis embates a duas mãos.
O Espanyol, que ascendeu no fim-de-semana ao nono lugar da Liga espanhola, reeditou assim a presença nas ''meias'' de 1987/1988, fase da prova em que bateu o Vitkovice, para, depois, perder a final com o Bayer Leverkusen, no mesmo dia em que, há um ano, venceu a Taça do Rei, mantendo-se imbatível nesta edição da UEFA.
O treinador ''encarnado'', Fernando Santos, ainda sem o lesionado defesa brasileiro Luisão, apostou no ''maestro'' Rui Costa de início e fez descansar o médio grego Katsouranis, no mais eficaz sistema em 4-4-2, com Petit, o helénico Karagounis e o capitão Simão no ''losango'' do meio campo.
O técnico espanhol Ernesto Valverde, privado do avançado Tamudo, lesionado, manteve o desenho táctico 4-2-3-1 e deu a titularidade ao ítalo-uruguaio Walter Pandiani - que cimentara a liderança dos goleadores da UEFA (10 tentos) com o terceiro golo do Espanyol, em Barcelona - e ao médio Ito, deixando o extremo Rufete de fora.
Com forte pressão, as ''águias'' logo encostaram os ''periquitos'' à sua área, mas só de longe, através de Rui Costa e de Karagounis, tentaram marcar, sem sucesso.
Por seu turno, os catalães aguentaram o primeiro fôlego dos anfitriões e começaram então a explorar o flanco esquerdo, onde Riera e Pandiani aproveitavam a solidão do lateral direito ''encarnado'' Nélson.
Aos 12 minutos, Pandiani ''sentou'' Anderson e atirou em arco ao poste mais longe da baliza de Quim e o lance provocou ''tremores'' à defesa do Benfica, salvando-se a prestação do ''pequeno grande'' Léo, já que o lateral esquerdo brasileiro ''encheu'' o campo.
Na grande área contrária, Simão respondeu, também com um remate em jeito que foi desviado por um defesa e, no pontapé-de-canto correspondente, Karagounis, de cabeça, obrigou o guardião Gorka e um defesa a evitarem o golo.
Mais tarde, novamente num canto cobrado por Simão, Nuno Gomes tocou de cabeça e David Luiz, desmarcado, falhou incrivelmente a recarga, antes de, no derradeiro lance da primeira parte, Miccoli ter sido derrubado pelo guarda-redes contrário na grande área, embora parecendo ter tocado primeiro a bola, tal como ajuizou o árbitro.
Na segunda parte, Nuno Gomes surgiu mais atrasado, por troca com Simão, que se juntou ao italiano Miccoli na frente, baralhando um pouco a defesa do Espanyol.
Aos 49 minutos, Rui Costa desmarcou Miccoli e o transalpino assistiu Simão na grande área, mas o remate de primeira foi defendido por Gorka, que foi o ''alvo'' de Nuno Gomes, aos 66 minutos, em vez dos restantes metros de baliza aberta, após um centro-remate rasteiro de Rui Costa.
Após um ''susto'', num cabeceamento de Pandiani, Miccoli atirou ao poste, depois de uma combinação de Rui Costa e Simão, seguindo-se novo ''tiro'' ao mesmo ''ferro'', num livre superiormente cobrado pelo ''maestro''.
Fernando Santos arriscou a saída de Nelson e Karagounis pelo brasileiro Derlei e Katsouranis, além do angolano Mantorras, já em campo, mas nem o desesperado Benfica dos últimos 10 minutos conseguiu o 500º golo na Europa ou repetir a presença na última semi-final europeia.
Há 13 anos, na extinta Taça das Taças, os ''encarnados'' eliminaram o Bayer Leverkusen com o memorável empate na Alemanha (4- 4), embora sendo batidos depois pelos italianos e vencedores do troféu, Parma.
LUSA