Títulos, muitos títulos, naturais críticas, efusivos aplausos e o negro envolvimento no processo de corrupção desportiva ''Apito Dourado'' marcam os 25 anos de Pinto da Costa como presidente do FC Porto.
Eleito pela primeira vez a 17 de Abril de 1982 e efectivamente mandatado nove dias depois, Jorge Nuno Pinto da Costa, de 69 anos, cedo começou a interessar-se pelo clube do ''Dragão'' e, aos 20, integrou pela primeira vez os corpos dirigentes.
Com o mandato mais longo do futebol português e recheado de êxitos, Pinto da Costa, que só uma vez teve adversário em actos eleitorais (Martins Soares), é o principal mentor da elevação internacional do clube, conseguindo rapidamente fazer esquecer o histórico Américo de Sá, líder durante a década anterior.
Divorciado e pai de dois filhos (Alexandre e Joana), Pinto da Costa assumiu no início de 2001 uma relação com Carolina Salgado, mulher que viria a reavivar o processo Apito Dourado, no final de 2006, aquando da publicação do polémico ''Eu Carolina''.
Na edição, Carolina Salgado expõe a vida privada do dirigente - para gáudio dos críticos - e acusa Pinto da Costa de relações pouco transparentes e corruptivas com árbitros de futebol e outros responsáveis pela modalidade em Portugal.
Hábil nas relações com os outros ''grandes'' e eficaz gestor no (e do) palco mediático, o actual presidente portista - deve mesmo candidatar-se a mais um mandato de três anos - semeou ódios e amores e comprou e vendeu guerras. Ganhou quase sempre.
No futebol, encostou-se rapidamente a Benfica e Sporting como um clube respeitado, de cariz notoriamente internacional, vencendo duas Ligas dos Campeões (em 1986/87, ainda denominada Taça dos Campeões), duas Taças Intercontinentais, uma Supertaça e uma Taça UEFA.
A nível interno, o pecúlio também é impressionante: 14 campeonatos, 15 Supertaças e nove Taças de Portugal.
''Oriundo'' de outras modalidades - o hóquei em patins é uma das suas grandes paixões -, Pinto da Costa fez crescer o ''seu'' clube, adaptou-o ao futuro, ''construiu'' o estádio do Dragão - muito exigiram o seu nome para o novo ''palco'' -, apostou no Centro de Estágio e Formação Desportiva PortoGaia, criando ainda um mega-grupo FC Porto, com especial incidência na FC Porto, Futebol, SAD.
Nas modalidades, o 33º presidente da história do ''Dragão'' venceu também quase tudo no hóquei em patins (15 campeonatos e várias competições europeias), no andebol (quatro campeonatos, duas taças de Portugal, duas da Liga e três supertaças) e no basquetebol (cinco títulos e nove Taças de Portugal, entre outros registos).
Pinto da Costa criou o troféu ''Dragões de Ouro'', empenhou-se na implantação das Lojas Azuis e da Revista ''Dragões'', inaugurou várias casas'' do clube (hoje são já 72 filiais e 162 delegações), tendo publicado em 2005 a sua autobiografia, com prefácio de Lennart Johansson, na altura presidente da UEFA.
''Largos dias têm cem anos'', a expressão utilizada em 1976 numa conversa entre amigos e que lançou Pinto da Costa para o mandato mais longo da história do futebol português.
LUSA