Os dois rivais de Lisboa equilibraram-se no último ''derby'' da época, repartindo os pontos que estavam em jogo no Estádio da Luz e deixando o FC Porto mais tranquilo na caminhada para a renovação do título de futebol.
O jogo, da 27ª jornada da Liga portuguesa de futebol, foi um bom espectáculo de futebol, com um resultado justo, que agradou sobremaneira ao FC Porto, que assim manteve os dois rivais à distância de três e quatro pontos.
O resultado acabou também por ser muito agradável para o Sporting, que sai da Luz com o segundo lugar mais seguro, o que não é despiciendo, pois vale a entrada directa na próxima Liga dos Campeões.
O ''tónico'' da inesperada derrota do FC Porto, na véspera, parecia estar a fazer mais efeito na equipa do Sporting, que logo aos dois minutos chegou ao golo, através de um cabeceamento de Liedson, numa jogada simples mas eficaz.
Abel - que viria a fazer um grande jogo, subindo no lado direito do Sporting -, cruzou para a área, onde o camisola 31 de Alvalade teve todas as facilidades para direccionar o remate, sem oposição da defesa da casa.
Um golo ''a frio'' que teve o condão de ''gelar'' o futebol do Benfica, perfeitamente dominado pelo adversário na primeira parte dos 45 minutos iniciais.
Para o goleador do Sporting este era o 11º golo na Liga, igualando no topo da lista de melhores marcadores Simão, o grande ausente no ''derby'', para desespero da formação benfiquista.
No Sporting, acompanhava Liedson no ataque Yannick, enquanto Alecsandro saiu da equipa, apesar do recente ''hat-trick'' ante a Naval 1º de Maio.
Jogando em 4x4x2, o Sporting ia dominando o meio-campo, com Moutinho, Romagnoli, Nani e Miguel Veloso, excelente no seu papel de ''trinco''.
Abel avançava mais que Tello, nas laterais, e Caneira e Polga, à frente de Ricardo, tinham pouco trabalho.
Sem Simão, Fernando Santos optava também por um 4x4x2, com Miccoli e Nuno Gomes a serem os dois pontas-de-lança.
Mais atrás, Rui Costa apoiava o ataque e os gregos Karagounis e Katsouranis tentavam dar força ao sector intermédio, onde Petit era o elemento mais recuado.
Sem surpresas, Leo, Anderson e David Luiz (tendo em conta a ausência forçada de Luisão) e Nelson formavam o quarteto mais recuado, com Quim na baliza.
Demorou, decididamente, o Benfica a entrar no jogo, mas conseguiu chegar ao golo numa óptima fase do jogo - a meio da primeira parte, aos 24 minutos - relançando a incerteza sobre o desfecho.
Uma insistência de Karagounis na esquerda foi bem correspondida por Katsouranis, com um remate perigoso, a que Ricardo teve de corresponder com defesa em esforço. Miccoli não desistiu da jogada e rematou para golo.
O jogo estava, mesmo, relançado e o desnorte do Benfica dos minutos iniciais tinha passado. As equipas equilibravam-se, numa partida jogada com grande rapidez e alguma dureza, que valeu, ainda na primeira parte, amarelos para Caneira e Miccoli.
Na segunda parte, o Sporting entrou melhor que o adversário, mas não passou muito tempo para que o Benfica equilibrasse, tendo mesmo uma ocasião soberana para marcar, aos 56 minutos, num óptimo cabeceamento de Miccoli.
O cansaço começava a ''minar'' o esquema do Benfica, com Petit, primeiro, e Miccoli, depois, a terem de ser assistidos fora das quatro linhas.
Mas o Benfica não abrandava, o ritmo, muito pelo contrário, e era então a equipa mais balanceada para o ataque.
Paulo Bento sentiu que era a ocasião ideal para operar duas substituições, claramente para segurar a batalha do meio-campo, tirando Abel e Yannick e metendo Pereirinha e Alecsandro.
No novo esquema, Moutinho descia para trinco, Miguel Veloso para central e Caneira derivada para a lateral.
Fernando Santos insistia no mesmo esquema, apenas trocando o apagado Nuno Gomes por Manú.
Aos 79 minutos Pedro Henriques ''perdoou'' o que deveria ser o segundo amarelo, e consequente expulsão, a Caneira, numa ocasião em que as ''pernas'' já começavam a faltar aos defesas - como neste derrube sobre Karagounis.
A dez minutos do fim, finalmente, Fernando Santos arriscou e deu a chance ao bem-amado Mantorras, retirando de campo Petit.
O Sporting era visivelmente a equipa mais acomodada com o resultado, que confirma os ''leões'' no segundo lugar. A ''escorregadela'' do FC Porto, na véspera, acabou por ser insuficientemente aproveitada.
Sem talento, o Benfica nunca foi superior ao adversário, que depois de alguma pressão, no arranque de cada uma das duas partes, se mostrou satisfeito com a repartição de pontos, que abre o caminho para nova ida directa à Liga dos Campeões.
Arbitragem regular de Pedro Henriques, que ''pecou'' pela não expulsão de Caneira - mas percebeu-se que não quis estragar a festa.
LUSA