O antigo guarda-redes Antonis Nikopolidis, que se sagrou campeão europeu de futebol em 2004, em Portugal, está a construir uma equipa com refugiados de Síria, Iémen, Iraque e Afeganistão, ‘batizada’ de Esperança (Elpida, em grego).
A maioria dos jogadores vive em Skaramangas, uma zona industrial a oeste de Atenas, e representam a Elpida aos domingos, numa liga amadora com formações de advogados, operários de telecomunicações e contabilistas.
Nikopolidis diz que esta é uma forma de integrar “homens com o futuro incerto”.
“Estamos a ajudar pessoas que vivem momentos difíceis nas suas vidas. São convidados no nosso país e estamos a tentar oferecer-lhes algumas horas de felicidade”, explicou o antigo guarda-redes.
O futebol tem sido uma das formas de entretenimento para alguns dos mais de 60.000 refugiados na Grécia, enquanto aguardam por lhes ser concedido asilo na Europa.
“É uma forma de passar o tempo a fazer alguma coisa. Se ficarmos em casa, sem trabalho ou ocupação, acabamos por ‘morrer’”, diz, Hozaifa Hajdepo, de 23 anos, um refugiado da Síria.
A UEFA atribuiu subsídios a 15 países da Europa para ajudar a reintegrar refugiados. Parte dessa verba está a ser usada por Nikopolidis na equipa Elpida.
No entanto, cerca de 9.000 refugiados foram transferidos da Grécia para outros países europeus, o que desfalcou a equipa de Nikopolidis, situação que não preocupa o antigo guarda-redes.
“É uma grande alegria fazer isto. O mais importante é que eles gostem e se divirtam. Criámos um grupo de amigos, que vão estabelecendo laços afetivos”, explicou o antigo dono da baliza da seleção grega.