Crónica: 'Traição' de Telles deixa FC Porto muito perto do adeus à Europa

Num Dragão com quase 50.000, o croata Pjaca, aos 72 minutos, e o brasileiro Dani Alves, aos 74, ambos vindos do banco, 'selaram' o triunfo dos italianos, ajudados pela expulsão do lateral-esquerdo portista, que viu amarelos aos 25 e 27.

Com 10, o conjunto de Nuno Espírito Santo foi completamente dominado pelos pentacampeões transalpinos em título, que, num estilo paciente, de constantes trocas de bola e risco zero, decidiram, praticamente, a eliminatória.

O FC Porto até foi o primeiro a assustar, num livre de Brahimi em posição perigosa, mas só voltou a criar algum perigo num cabeceamento de Herrera, aos 48 minutos, nunca conseguindo ultrapassar ou sequer disfarçar a ‘traição’ de Telles.

Depois de seis vitórias consecutivas, todas para a I Liga, o FC Porto não conseguiu, assim, evitar o primeiro desaire caseiro da época, ao 19.º jogo, enquanto a Juventus somou o oitavo triunfo seguido e manteve a invencibilidade na Europa (três vitórias e um empate) frente aos ‘dragões’.

Face a este desaire, os ‘azuis e brancos’ precisam agora de conseguir um resultado semelhante ao que obtiveram no início de temporada em Roma (3-0), no ‘play-off’ de acesso à ‘Champions’, ajudados então por duas expulsões dos locais.

Em relação ao 4-0 ao Tondela, o FC Porto apresentou-se com três alterações, as entradas de Danilo, Herrera e Brahimi para os lugares de André André, Octávio e Corona, mantendo-se Ruben Neves, que atuou à frente da defesa, ao lado de Danilo.

Frente a uma Juventus expectante, a formação portista entrou a tentar mandar e, aos seis minutos, teve uma boa oportunidade, num livre frontal junto à área, só que Brahimi atirou por cima da barra.

Os ‘dragões’ tentavam aumentar o ritmo, mas, em sentido contrário, a ‘Juve’ procurava ‘adormecer’ o jogo, o que, com o passar dos minutos, foi conseguindo, com longas e quase sempre precisas trocas de bola.

Uma tabela entre Dybala e Higuaín, anulada por um corte precioso de Marcano, aos 18 minutos, foi, porém, o único momento alto dos forasteiros.

A tarefa da equipa italiana não demorou, porém, a ficar muito facilitada: Alex Telles viu o primeiro amarelo do jogo, aos 25 minutos, e, pouco depois, aos 27, teve uma entrada ‘proibida’ sobre Lichtsteiner, ‘obrigando’ Felix Brych a mostrar-lhe o segundo e consequente vermelho.

Com 10, Nuno Espírito Santo sacrificou André Silva, fazendo entrar Layún, e, até ao intervalo, assistiu-se a um ‘monólogo’ ofensivo de uma paciente Juventus, que só construiu, porém, duas ocasiões para inaugurar o marcador.

Aos 39 minutos, Higuaín atirou para uma boa defesa de Casillas, junto ao poste direito, e, aos 45, Dybala, em posição frontal, à entrada da área, atirou rasteiro ao poste esquerdo.

A segunda parte começou, praticamente, com um golo anulado a Dybala, que estaria em posição ilegal, e com o FC Porto a mostrar-se pela primeira vez no ataque desde a expulsão, num cabeceamento de Herrera que saiu ao lado, aos 48 minutos.

Os transalpinos continuaram, porém, a dominar por completo as operações, mas sempre com grande paciência, parecendo convencidos de que o golo apareceria: Khedira atirou ao lado, aos 60 minutos, e Higuaín também tentou, aos 66.

Pelo meio, aos 61 minutos, Nuno trocou Rúben Neves por Corona e, aos 67, mexeu Allegri, numa substituição decisiva, já que, aos 72, Pjaca, que substituíra Cuadrado, marcou de pé direito, após assistência involuntária de Layún.

Em desvantagem, o FC Porto lançou Diogo Jota, para o lugar de Brahimi, mas foi novamente a ‘Juve’ a ser feliz como nova mudança, já que, aos 74 minutos, um depois de render Lichtsteiner, Dani Alves apontou o segundo tento dos italianos, na sequência de um centro de Alex Sandro.

Até ao final, a formação italiana ainda poderia ter ampliado a vantagem, nomeadamente por Khedira, que, aos 87 minutos, atirou a rasar o poste direito, servido por Pjaca.