Taça de Portugal: Vitória de Guimarães – Desportivo de Chaves (declarações)

Pedro Martins (treinador do Vitória de Guimarães): "O objetivo foi cumprido. Não sofrer golos era importante. Isto é uma eliminatória disputadíssima. Temos a noção de que ainda faltam 90 minutos. Defrontámos uma equipa com qualidade, que nos criou muitas dificuldades. Vai ter características diferentes o próximo jogo. Está tudo em aberto, porque defrontámos uma boa equipa e esta é uma competição diferenciada.

O jogo do campeonato [1-1] não teve esta essência de jogo. Este foi completamente diferente, muito bem jogado, muito competitivo, com muita qualidade e oportunidades de golo para as duas equipas. Nos primeiros 15 minutos, estivemos muito bem. O início da segunda parte é muito bom. Tivemos uma ocasião para 3-0, numa situação do Marega, mas também sofremos imenso, porque o Desportivo de Chaves criou também oportunidades de golo e poderia, aí, inverter o jogo.

A vantagem não é suficiente. Vamos defrontar uma equipa com qualidade, no seu campo, onde já eliminou o FC Porto e o Sporting. É uma boa vantagem, mas não nos dá garantias, porque vamos ter 90 minutos fortes e intensos. O fator de golos fora, em situações de empate, tem alto valor.

(Marega é uma possibilidade para jogar mais vezes a ponta de lança?) Tem a ver com a equipa do Desportivo de Chaves e a forma como se organiza defensivamente. Sabia que havia a necessidade de explorar a profundidade. O Marega, nesse aspeto, é forte.

(Sobre a agressividade de Marega em alguns lances a terminar a primeira parte, já depois de ter visto um amarelo) O Marega é extremamente competitivo e, portanto, o próprio jogo faz com que os jogadores ‘aqueçam’. É perfeitamente normal. Na segunda parte, controlou-se perfeitamente. Fez um grande jogo como todo o grupo. Nos momentos de maior dificuldade, a equipa agarrou-se com tudo para conseguir esta vantagem".

Ricardo Soares (treinador do Desportivo de Chaves): "Provámos hoje que temos capacidade para fazer mais de dois golos ao Vitória de Guimarães. Estivemos por cima. O [Vitória de] Guimarães entrou ligeiramente melhor. Fez golo, ficou na zona de conforto, porque é uma equipa muito forte nas transições. Nós circulámos bola, criámos oportunidades de golo. Na primeira parte, tivemos pelo menos três ocasiões na cara do Miguel [Silva]. Tivemos mais posse de bola, mais oportunidades, cruzamentos, remates, mas isso não leva a nada. O resultado está 2-0, mas ainda há uma segunda parte para jogar.

Nós vimos de um jogo com grande intensidade, contra uma equipa forte, em que tornámos a ter falta de eficácia. Isso paga-se caro. Hoje, não estávamos na plenitude das capacidades físicas. Notou-se num ou noutro elemento do Desportivo que faltou alguma frescura. Isso reflete-se nas tomadas de decisão e em alguma falta de eficácia que tivemos.

Não vou falar do trabalho do árbitro. Espero contribuir para que haja mais paz para as pessoas que têm o poder. Cabe-lhes a eles decidir os lances difíceis e polémicos. Eu quero contribuir para que possam desempenhar as suas funções com categoria e a que o futebol possa ser cada vez melhor. Sei que ele estava para fazer o melhor trabalho. Não sei se o fez. O Bruno Esteves é um bom árbitro.

Tenho de dar uma palavra aos valentes transmontanos que aqui se deslocaram e apoiaram incondicionalmente a equipa. Quero dizer–lhes que isto ainda está na primeira parte. Acredito que possamos dar a volta à situação. Quem produziu o futebol que produziu hoje, lutou da forma que todos viram. O [Vitória de] Guimarães é uma excelente equipa, tem um bom treinador, mas hoje o futebol não foi justo. Noutras alturas, as minhas equipas vão ganhar a produzir muito menos".