O ‘clássico’ de futebol de sábado, entre Benfica e FC Porto, terá um impacto económico de 25,138 milhões de euros, revelou um estudo divulgado pelo Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM).
O jogo, que coloca frente a frente o líder Benfica e o segundo classificado FC Porto, no Estádio da Luz, terá uma audiência televisiva estimada pelo IPAM de entre 3,5 a quatro milhões de pessoas, com a perspetiva de casa cheia (65 mil lugares) no estádio.
Segundo o estudo, mais de 21 milhões de euros devem-se à criação de receitas “indiretas”, provenientes das vendas de jornais e outros meios de comunicação desportivos, apostas ‘online’, venda de ‘merchandising’, publicidade, assinaturas de canais de televisão por cabo e o consumo “em casa e na restauração”, bem como as deslocações de adeptos a título particular ou coletivo.
A equipa do Gabinete de Estudos de Marketing para Desporto da instituição prevê que o encontro possa gerar 4,118 milhões de euros em “receitas diretas”, ou seja, relacionadas com os bilhetes e com “a organização da partida”, entre elas a transmissão televisiva nacional e internacional.
As transmissões ‘online’ também foram contabilizadas na previsão, bem como as ações promocionais e de publicidade no estádio e a segurança, quer através de empresas de segurança privada quer através da PSP, além do setor hoteleiro e da restauração.
O valor do impacto económico ultrapassa os valores avaliados em anos anteriores, como em 2015, quando não foi além dos 23,2 milhões de euros, e 2009, onde se ficou pelos 19,5 milhões.
Segundo o diretor executivo do IPAM e coordenador do estudo, Daniel Sá, os números refletem a “tendência de aumento” das receitas em torno do futebol, explicou à Agência Lusa.
“O mundo do futebol tem nos últimos anos aprendido a gerir melhor o produto que tem nas mãos, com mais atenção e mais credibilidade”, defendeu o docente, que aponta o desporto como “cada vez mais atrativo, gerando mais atenção e, consequentemente, mais dinheiro”.
Daniel Sá destacou ainda o grau da importância do jogo para a decisão do campeonato, que “também interfere” com o entusiasmo gerado em torno do mesmo, o que acaba por “gerar mais atenção e lucros”.
“Se fosse um jogo de tudo ou nada, por exemplo na última jornada, o impacto seria ainda maior”, acrescentou, reforçando ainda o “bom trabalho” feito pelos clubes, Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e Liga Portuguesa do Futebol Profissional (LPFP) para que “toda a gente ganhe mais dinheiro com o futebol do que ganhava antes”.
O estudo do IPAM avaliou não só o impacto no dia do jogo mas também nos dias anteriores ao encontro entre ‘águias’ e ‘dragões’, bem como o rescaldo da partida no dia seguinte, num total de “seis momentos distintos de impacto do evento”.
O docente universitário reforçou ainda o papel das redes sociais, particularmente através dos meios de comunicação online e de uma “postura mais ativa dos clubes através dos vários canais”, que contribuem para que “os números do futebol, do impacto económico às receitas dos clubes e direitos televisivos, um pouco por todo o mundo, tenham tendência de aumento” graças à maior atratividade da modalidade.
Os dois rivais chegam à 27.ª jornada separados por um ponto, com os ‘encarnados’ na frente antes de um ‘clássico’ que terá casa cheia, com o Benfica a procurar ganhar ‘embalo’ para o quarto título consecutivo e o FC Porto a tentar regressar aos troféus depois de três temporadas em ‘branco’.