Crónica: Luís Martins ‘desbloqueou’ e Jonas manteve vivo o sonho do ‘tetra’

O antigo lateral esquerdo da formação ‘encarnada’, que chegou a ser lançado por Jorge Jesus num encontro da Liga dos Campeões, abriu o marcador, aos 34 minutos, ‘desbloqueando’ um jogo que não estava a correr de feição aos tricampeões.

Ato contínuo, Jonas dilatou o marcador, aos 36, e anotou mais um, aos 45+1, confirmando a vitória perante o adversário que tinha imposto ao Benfica o primeiro desaire na prova, em dezembro do ano passado.

Em vésperas de disputar o dérbi com o Sporting, a formação da Luz assegurou a manutenção do primeiro lugar, agora com mais quatro pontos que o FC Porto, que no sábado visita o Sporting de Braga.

Apesar das críticas à exibição da equipa diante do Moreirense, Rui Vitória, que ‘celebrou’ o 100.º encontro ao comando do Benfica, não efetuou qualquer alteração e lançou mesmo Ederson e Pizzi, que falhariam o dérbi da próxima jornada, caso tivessem visto o cartão amarelo diante dos madeirenses.

Já o Marítimo apresentou-se com uma defesa composta por quatro elementos, mas apenas no ‘papel’, já que, sem bola, o médio Erdem Sen, que vigiava as ações de Jonas, juntava-se aos centrais, ao mesmo tempo que os extremos Edgar Costa e Brito baixavam no terreno, formando uma linha defensiva de sete jogadores.

O Benfica encontrou mesmo dificuldades para ultrapassar esta cerrada ‘barreira’ maritimista e apanhou um valente susto nos instantes iniciais, quando Ederson foi pouco lesto a afastar uma bola e quase cedeu perante a pressão de Luís Martins.

Já depois de Pizzi ter tentado a sorte de fora da área, Charles mostrou que, por ele, o Benfica não chegaria ao golo e revelou reflexos apurados ao deter um desvio de Raúl Silva para a própria baliza.

Pouco depois, Jonas iniciava a demanda pelo golo, mas sempre com Charles a opor-se com maior ou menor dificuldade, segurando o nulo que parecia agradar ao Marítimo, tendo em conta que os madeirenses se limitavam a defender e a não perder posicionamentos, abdicando quase por completo de tentar atacar a baliza de Ederson.

Depois de já ter evitado uma ‘infelicidade’ de um companheiro de equipa, Charles acabou por se revelar impotente numa segunda situação, quando Luís Martins colocou a bola para a baliza errada, ao tentar impedir que o cruzamento de Rafa chegasse a Mitroglou.

Ainda os insulares tentavam perceber o que tinha sucedido e já Jonas conseguia, à quinta tentativa, alcançar o golo e dilatar a vantagem benfiquista, num remate que não deu hipóteses a Charles, tal foi a precisão com que a bola passou junto ao poste.

Os dois ‘golpes’ sofridos no espaço de dois minutos praticamente acabaram com as aspirações do Marítimo, que, talvez demasiado formatado para não sofrer, não teve capacidade para reagir e só não sofreu o terceiro logo de seguida porque Mitroglou falhou um golo quase certo.

Contudo, as ‘águias’ iriam sair para o intervalo com uma vantagem bem mais tranquila, graças ao ‘bis’ de Jonas, apesar de Charles, mais uma vez, tudo ter feito para anular as intenções do compatriota, que, assim, chegou aos nove golos no campeonato.

Em contraste, o grego Mitroglou, fulcral para o triunfo em Moreira de Cónegos, esteve longe dos melhores dias e, no segundo tempo, desperdiçou a possibilidade de fazer o quarto golo do Benfica, depois de nova iniciativa de Rafa.

Já sem Jonas em campo, que teve de sair por aparentes problemas físicos, o conjunto da Luz continuou a ter em Rafa o seu principal dinamizador, sendo que o internacional português voltaria a oferecer um golo, desta feita a Salvio, que não conseguiu ultrapassar a oposição de Charles.

Por seu lado, o Marítimo apenas conseguiu efetuar o primeiro remate enquadrado a cerca de um quarto de hora do final, mas o remate de Alex Soares pouco incomodou Ederson, que poderia ter festejado mais um tento da sua equipa, não fosse o corte de Zainadine encaminhar-se ligeiramente para fora do alvo.