Os clubes da Liga portuguesa utilizaram na última época mais futebolistas estrangeiros do que portugueses e o Marítimo destacou-se neste campo, de acordo com um estudo que o Sindicatos dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) vai apresentar na quarta-feira.
O clube madeirense, segundo disse o presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, ''utilizou, em média, 11 jogadores estrangeiros por jogo contra apenas três portugueses''.
Evangelista avançou estes dados no final de uma reunião que manteve com a Liga de clubes, no Porto e que foi a primeiro de uma ronda que a entidade representativa dos clubes profissionais agendou para hoje com diversas associações ligadas ao futebol.
O dirigente sindical considera que ''este ano foi um ano perdido relativamente aos jogadores'', mas por outro lado declarou-se convicto de que hoje foi dado um ''primeiro passo'' com vista a resolver os problemas que mais afectam os jogadores, entre os quais avulta o dos salários em atraso.
A reunião com a Liga ''foi muito produtiva'', resumiu o dirigente sindical, anunciando depois diligências para ''rever o contrato colectivo de trabalho'' dos futebolistas profissionais. Nesse sentido, revelou que haverá daqui para a frente ''reuniões quinzenais ou mensais'' com a Liga.
O SJPF ficou de apresentar ''um parecer jurídico de um professor catedrático'' sobre a questão do contrato colectivo de trabalho e a Liga, segundo Evangelista, ''vai fazer o mesmo''.
Outras questões focadas nesta reunião prendem-se com o desemprego e os fundos de pensões e de solidariedade dos jogadores. O que Evangelista defende, conforme vincou, é que ''não pode haver discussão que não se traduza em acções'' concretas. Por fim, um sublinhado: ''Não vou dar mais o benefício da dúvida à Liga'', advertiu Evangelista
Ainda sobre o caso dos cinco jogadores Boavista que, na semana passada, vieram a público, com o apoio do Sindicato, revelar que o Boavista não lhes paga ordenados há mais de um ano e a reacção do clube a essa denúncia, Evangelista reafirmou que ''a razão está do lado dos atletas'' e aconselhou o clube do Bessa a ter ''mais bom senso''.
O dirigente sindical afirmou ainda que ''se o Boavista quiser'' pode ''quantificar'' que outros atletas axadrezados estão na mesma situação. ''Não admitimos falta de respeito para com os atletas'', comentou.
LUSA