O Desportivo das Aves foi o clube mais português da Liga de futebol 2006/2007, enquanto o Sporting foi o melhor dos três “grandes”, segundo um estudo divulgado hoje pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF).
Segundo o presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, o Desportivo das Aves, último classificado, foi o clube que utilizou durante a época passada mais jogadores nacionais no seu plantel, com uma média de 10 portugueses para quatro estrangeiros.
A par do Aves, estão o Estrela da Amadora e o Sporting nos clubes que mais deram primazia à utilização de jogadores portugueses, enquanto no pólo oposto surge o Marítimo que ''empregou'' mais estrangeiros no seu plantel.
''Só para dar o exemplo, na 10ª jornada da Liga, o Marítimo jogou com 13 estrangeiros e somente um português'', adiantou Joaquim Evangelista.
Já na Liga de Honra, a predominância é de jogadores portugueses, com o Feirense a ser o clube que mais nacionais utilizou (13 portugueses para um estrangeiro), enquanto o Gil Vicente surge no lado oposto (oito estrangeiros para cinco portugueses).
''Este estudo pode ter várias análises. Apesar dos dirigentes com maiores responsabilidades dos três 'grandes' defenderam a formação e associarem-na às transferências mais mediáticas, vê-se que depois que a realidade é uma falsa questão. Eles têm apostado nos estrangeiros'', afirmou o dirigente.
Joaquim Evangelista lembrou que na época de contratações os dirigentes fazem viagens à América do Sul, onde, acusa, em 15 dias escolhem um, ou mais jogadores, para o seu plantel.
''Ter mais estrangeiros no plantel não significa ter mais sucesso, pelo contrário'', explicou, justificando com o caso do Leixões (Liga de Honra) que foi o clube que mais apostou na formação, e que mais portugueses teve.
Com o estudo hoje divulgado, o SJPF pretende ajudar a perceber o fenómeno desportivo e defender os jogadores nacionais, assentando na qualidade do jogador e não no carácter economicista, de acordo com Evangelista.
''Segundo a directiva UEFA/FIFA foi aprovado um documento que prevê um número mínimo de jogadores localmente formados, ou seja formação de três anos. Isto na anterior época que foi uma espécie de transição. Este ano passaria a seis jogadores'', explicou Joaquim Evangelista.
O presidente do SJPF avançou que a norma aprovada determina que estejam três jogadores formados na ficha de inscrição, mas segundo este ''parece que a Liga se prepara para avançar que será esse número no plantel''.
''Não podemos dizer que há descaracterização da Liga e selecção nacional quando as instituições internacionais defendem o contrário e vêm depois os clubes também queixar-se'', frisou.
Joaquim Evangelista adverte que caso a norma dos localmente formados vier a ser alterada pela Liga de clubes, como presidente do SJPF pode reclamar perante a FIFA de forma a defender os jogadores portugueses.
LUSA