O remate certeiro de Zuiverloon, após uma ''maratona'' de 32 grandes penalidades, permitiu hoje à campeã Holanda vencer a Inglaterra por 13-12 (1-1 no fim do prolongamento) e qualificar-se para a final do Europeu de futebol de sub-21.
Numa dramática meia-final, a selecção anfitriã esteve a perder até aos 89 minutos, na sequência do tento de Lita aos 39, mas Rigters empatou sobre a hora e a Holanda só continua a defender o título porque o britânico Ferdinand atirou para a barra o 31º penalti e Zuiverloon acertou no alvo.
Lita e Rigters assumiram a liderança dos melhores marcadores, com três golos, mas o holandês será o único a festejar após o embate de Heerenveen, que o seleccionador da casa, Foppe De Haan, ameaçou abandonar durante o desempate, em protesto contra o facto de o inglês Taylor se recusar a marcar, devido a lesão.
Apesar das dificuldades, a ''jovem laranja'' continua na senda da revalidação do troféu conquistado em Portugal durante o Europeu do ano passado, depois de ter ganho com relativa autoridade o grupo A, no qual bateu a selecção portuguesa por 2-1.
O avançado Rigters, autor do segundo golo a Portugal, voltou a exibir a pontaria afinada que mostrou no confronto com a equipa das ''quinas'', a qual discute quinta-feira com a Itália a presença nos Jogos Olímpicos Pequim2008, no ''play-off'' entre os terceiros classificados dos agrupamentos A e B.
A Holanda assumiu desde cedo as ''rédeas'' do jogo e construiu várias ocasiões de perigo durante a meia hora inicial, mas nenhuma delas resultou em flagrante oportunidade de golo, apesar dos remates esforçados do activo Babel.
Pragmática, a Inglaterra alinhavou uma estratégia de maior pendor defensivo e aposta declarada no contra-ataque, inaugurando o marcador numa rara ocasião em que se acercou da baliza anfitriã, graças ao bom trabalho de Lita, mas também com responsabilidades para o defesa Vlaar e o guarda-redes Waterman.
A selecção britânica manteve-se inabalável nos seus princípios: defendeu longe da baliza e conseguiu segurar a magra vantagem ao intervalo e entrar na segunda parte com um remate ao poste adversário, aos 50 minutos, através de um fenomenal livre directo de Lita.
A Holanda acentuou a pressão e colocou várias vezes em apuros a disciplinada muralha defensiva inglesa, mas esteve desastrada na finalização e os maiores lamentos da Inglaterra relacionavam-se com os cartões amarelos mostrados a Noble e Reo-Coker, que os impediriam de disputar a final, caso os ''visitantes'' se apurassem.
Quando até os adeptos ''laranja'' pareciam resignados, Rigters empatou aos 89 minutos, com um acrobático remate de ''bicicleta'', aproveitando a lesão de Taylor com a mesma falta de desportivismo que a Inglaterra demonstrou ao marcar o segundo golo no decisivo jogo com a Sérvia.
No prolongamento, a Inglaterra resistiu à asfixiante pressão dos anfitriões, à inferioridade física de Taylor e aos últimos 15 minutos com menos um jogador, pois Onuoha saiu lesionado ao intervalo, quando os britânicos já tinham esgotado as substituições.
A martirizada selecção britânica apenas baqueou no desempate por grandes penalidades e, mesmo assim, foram necessários 32 pontapés, três dos quais defendidos pelo holandês Waterman, que se junta a Zuiverloon no topo da galeria dos mais jovens heróis holandeses.
LUSA