A FIFA admitiu hoje ter encontrado 'sinais evidentes da presença de trabalhadores norte-coreanos', em novembro de 2016, na construção de um estádio para o Mundial2018, na Rússia.
No entanto, o organismo acrescentou que os operários deixaram a obra após a visita do comité de inspeção.
«Uma equipa de inspeção formada pela FIFA e pelo comité organizador local encontrou evidências sugerindo a presença de trabalhadores norte-coreanos», disse um porta-voz da FIFA, reagindo à agência de notícias AFP a uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian.
A equipa de inspeção 'procurou, de seguida, obter informações adicionais sobre as condições de trabalho e de vida dos operários, atendendo aos potenciais problemas envolvendo os trabalhadores daquele país».
Já em março, 'a equipa de acompanhamento das obras não encontrou nenhuma evidência da presença de trabalhadores norte-coreanos nos locais, pelo que concluiu que nenhum trabalhador daquele país se encontra envolvido nas construções dos estádios', refere a FIFA.
O jornal The Guardian revelou hoje que os presidentes das federações de futebol da Islândia, Noruega, Suécia e Dinamarca tinham escrito ao líder da FIFA, Gianni Infantino, para expressar as suas preocupações sobre as condições de trabalho 'deploráveis' dos trabalhadores nas obras dos estádios na Rússia.
A reação dos quatro líderes surgiu na sequência do relatório publicado pela revista norueguesa Josimar, especializada em futebol, que revela a presença de norte-coreanos nas obras da Arena Zenit São Petersburgo e a morte de um deles, num dos contentores que servia de alojamento.
«Após os acontecimentos de São Petersburgo, a FIFA e o COL (Comitê Organizador Local) promoveram controlos sistemáticos com mais frequência, incidindo na presença dos trabalhadores norte-coreanos nas obras em todos os estádios», explicou o porta-voz.
O próximo Campeonato do Mundo de futebol decorrerá , entre 14 de junho e 15 de julho de 2018, na Rússia, que recebe pela primeira vez na sua história a prova mais importante da FIFA.