A Equipa de Coordenação do ''Apito Dourado'' está a investigar transacções financeiras derivadas da compra e venda de jogadores do FC do Porto, disse hoje à agência Lusa fonte conhecedora do processo.
Segundo a fonte, a investigação está a ''passar a pente fino'' a contabilidade do clube nortenho, tendo em vista, em especial, as verbas declaradas pelas transacções de jogadores.
No livro ''Eu, Carolina'', a ex-companheira de Pinto da Costa, Carolina Salgado, refere a existência de uma gaveta onde havia sempre muito dinheiro para gastar no que fosse necessário.
Nas declarações que fez à Polícia Judiciária - em várias sessões que antecederam a publicação do livro - Carolina Salgado terá dado ''alguns pormenores'' sobre dinheiros de compra e venda de atletas para a equipa de futebol e abordado alegados casos de envio de dinheiro para paraísos fiscais, como o das Ilhas Caimão.
A fonte adiantou que a investigação aos movimentos financeiros é, necessariamente, mais lenta do que as que envolvem alegados crimes de corrupção desportiva - por aliciamento de árbitros -, pelo que não deverão estar concluídas a curto prazo.
Se tiver êxito - sublinhou - pode, no entanto, resultar na acusação de outros crimes, como os de corrupção, falsificação de documentos e fraude fiscal.
A Lusa tentou ouvir o advogado do FC Porto, Gil Moreira dos Santos, mas tal não foi possível até ao momento.
Em comunicado colocado, há dias, na página da Internet da Procuradoria-Geral da República, a Equipa de Coordenação do Processo ''Apito Dourado'', liderada pela procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, adiantou que, quanto aos crimes económicos, estão pendentes 11 inquéritos, tendo sido concluídos 12.
O processo ''Apito Dourado'' diz respeito a casos de alegada corrupção no futebol e envolve vários arguidos, entre os quais Pinto da Costa, presidente do FC Porto, e Valentim Loureiro, antigo presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e autarca de Gondomar.
Jorge Nuno Pinto da Costa já foi alvo de três acusações de corrupção desportiva no âmbito do processo ''Apito Dourado''.
No entanto, o dirigente portista já disse estar ''de peito aberto e consciência tranquila'' relativamente a essas acusações e manifestou-se confiante na Justiça.
LUSA