A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) vai encomendar um estudo para avaliar a viabilidade económica do regresso dos campeonatos da Liga e da Liga de Honra ao formado de 18 clubes, que vigorou até 2005/06.
Após o primeiro campeonato a 16 clubes, o Boavista - o presidente João Loureiro diz que o clube foi apenas o mandatário do desejo de clubes mais pequenos - apresentou a proposta para o regresso aos moldes anteriores, mas os clubes, reunidos hoje em Assembleia Geral, apenas acederam a estudar essa hipótese após novo estudo, adiando a pretensão pelo menos até 2009/10.
Há cerca de três anos, a LPFP investiu 300.000 euros no Estudo Global do Futebol Português, realizado pela Deloitte & Touche, que apresentou um conjunto de soluções para viabilizar o futebol luso, praticamente todas esquecidas pelos clubes, exceptuando o modelo de competições a 16 equipas que agora é posto em causa.
“Tudo será feito com a tranquilidade necessária para que se possa estudar com rigor e profundidade, tendo em linha de conta a experiência deste ano a 16 clubes e a da próxima época, com a estreia da Taça da Liga. O estudo vai analisar todas as vertentes”, explicou o presidente da LPFP.
Sobre o polémico tema, Hermínio Loureiro acrescentou: “os clubes decidiram avaliar economicamente todo decurso da época com incidência muito especial nos quadros competitivos. A Liga é uma instituição com credibilidade e fundamenta devidamente as opções, decidindo com bases muito sólidas”.
A proposta do Boavista de regresso aos 18 clubes fica assim adiada um ano para a época 2009/10, devendo as conclusões do novo trabalho serem debatidas de novo em Assembleia Geral.
Defensor da manutenção dos campeonatos a 16 equipas, o dirigente evitou pronunciar-se sobre o contra-senso de encomendar um novo estudo sobre matéria amplamente estudada e debatida recentemente, preferindo destacar o sucesso da “maratona regulamentar” vivida hoje na reunião magna.
“O resultado é fruto do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos meses. Foram aprovadas, discutidas e corrigidas muitas propostas. Vamos ter mais disciplina, melhor arbitragem e melhor competição”, vincou.
Por proposta do presidente, o preço máximo dos bilhetes foi reduzido de 75 para 65 euros na Liga e de 25 para 20 na Liga de Honra e o clube campeão passa a receber o troféu logo após o final do jogo de consagração, “tudo a pensar no espectáculo e nos adeptos, tantas vezes esquecidos”.
Paulo Gonçalves, representante do Benfica, advertiu para o facto de haver um conjunto de novas regras que “vão criar instabilidade no futebol português”, mas Hermínio Loureiro considera que houve apenas “coragem para fazer propostas ousadas, na perspectiva de melhorar o espectáculo futebol”.
LUSA