O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, disse hoje à agência Lusa ter solicitado à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Polícia Judiciária (PJ) a averiguação da documentação referente à arbitragem, desde que assumiu o cargo.
«Solicitei à PGR e à Direção Nacional da PJ que consultassem todos os processos de nomeação, classificação e relatórios dos observadores dos árbitros, promovidos pelo Conselho de Arbitragem e seus dirigentes, desde a minha entrada na Federação Portuguesa de Futebol, em dezembro de 2011», afirmou Fernando Gomes, em declarações à Lusa.
O diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, acusou o Benfica de influenciar o setor da arbitragem e apresentou alegadas mensagens de correio eletrónico de responsáveis ‘encarnados’, nomeadamente de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira, num dos casos com o delegado da Liga de clubes Nuno Cabral, visando a descida da avaliação do árbitro Rui Costa, através de recurso.
Entre outras situações, o responsável dos ‘dragões’ revelou também a alegada partilha de mensagens de telemóvel do atual presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, na altura em que presidiu à Liga de clubes, entre o diretor de conteúdos da BTV, Pedro Guerra, e o ex-presidente da Assembleia-Geral da Liga Carlos Deus Pereira.
«O meu interesse e empenho no combate a todas as práticas ilegais e criminosas, na defesa da verdade desportiva, é bem conhecido das entidades a quem mais uma vez decidi recorrer. Confio - sem reservas - nas entidades públicas referidas. E espero que esta minha decisão seja apoiada por todos os agentes desportivos que querem o apuramento da verdade», rematou Fernando Gomes.
O FC Porto informou hoje que 'satisfez o pedido' da PJ e entregou 'toda a documentação disponível' relativa ao caso dos e-mails.
Antes, igualmente em comunicado, o Benfica negou 'qualquer tentativa de condicionamento quer da arbitragem, quer dos órgãos da justiça desportiva' e denunciou uma campanha 'com recurso a práticas criminosas', acrescentando que a 'seu tempo serão devidamente julgadas e sancionadas, é essa sim uma flagrante tentativa de condicionamento dos árbitros e da justiça'.