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O médico Bernardo Vasconcelos, ex-director do departamento clínico do Benfica, denunciou hoje que o livro sobre a vida do futebolista angolano Pedro Mantorras contém ''mentiras grosseiras'' e anunciou que processará judicialmente os autores materiais e morais da obra.
Bernardo Vasconcelos sustentou que ''Mantorras - livro directo (...) contém mentiras, meias verdades e imprecisões técnicas'', considerando-se injustiçado por acusações que ''expressa ou veladamente (...) atingem de forma muito grave'' a sua honorabilidade como médico.
''Exemplo de mentira especialmente grosseira é a afirmação feita no livro de que, durante toda uma semana, eu tirei líquido e infiltrei o joelho de Pedro Mantorras e de que só eu lhe mexia'', explicou Bernardo Vasconcelos, que se limitou à leitura de um comunicado, na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa.
O médico lembrou que algumas passagens do livro ''estão em contradição'' com o que o Mantorras afirmou no passado e que teve o ''maior cuidado e empenhamento'' na recuperação do jogador angolano, ''com o objectivo da sua total reintegração no grupo''.
''(...) Infelizmente, em medicina, nem todos os casos clínicos são coroados de sucesso'', lamentou Bernardo Vasconcelos, que se declarou ''consciência tranquila'' e anunciou a intenção de ''recorrer a todos os procedimentos legais'' contra os autores ''das falsas e injustas acusações feitas no livro''.
Bernardo Vasconcelos recordou o seu passado do clube lisboeta - atleta, médico e associado durante 40 anos, com o galardão de Sócio de Mérito - e a forma como o Benfica reconheceu o ''empenho e competência profissional'' nas funções de director do departamento clínico, que abandonou em Fevereiro de 2003, após 16 anos no cargo.
LUSA
